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Justiça determinademolição de shopping na Muzema

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Segundo o MP, o Muzema Shopping começou a ser construído em 2017. Além de lojas, no térreo, empreendimento conta também com cerca de 150 apartamentos
Segundo o MP, o Muzema Shopping começou a ser construído em 2017. Além de lojas, no térreo, empreendimento conta também com cerca de 150 apartamentos -

Após mais de um ano de o Ministério Público recomendar a demolição de um grande prédio com shopping e cerca de 150 apartamentos, um dos principais empreendimentos construídos pela milícia que atua nas favelas da Muzema e do Rio das Pedras, na Zona Oeste da cidade, a Justiça determinou a demolição do imóvel. A decisão da 2ª Vara da Fazenda Pública determina a desocupação "inicialmente voluntária" em 30 dias, a contar do último dia 21. Mas, caso haja decurso do prazo, a desocupação deverá ser forçada. Os moradores e comerciantes começaram a ser notificados na última quinta-feira (30).

A imponência do empreendimento, localizado na Estrada de Jacarepaguá, 520, chama a atenção de quem passa pela via. Na parte de baixo, o Muzema Shopping, que começou a ser erguido em 2017, conta com diversas lojas. Entre elas, de roupas, de serviços de estética, uma casa lotérica e até uma filial da Domino's Pizza (maior rede de pizzaria delivery do mundo). Acima, estão os apartamentos.

O empreendimento, segundo o Ministério Público, foi construído em Área de Proteção Ambiental e, de acordo com moradores, é comum ter deslizamento de terra e pedras naquela encosta em dias de chuva. Enquanto a fachada do prédio, de vidro temperado fascina, os fundos escondem a precariedade. Tudo erguido sob ordens da milícia. "Os prédios não só foram construídos de forma irregular, como não são passíveis de regularização, segundo a legislação vigente e laudos da própria Prefeitura", explica o promotor Plínio Araújo, do Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente, do MP-RJ.

Ainda de acordo com ele, os responsáveis pela construção e venda de salas e apartamentos do edifício foram presos em julho do ano passado durante a Operação Muzema. Mas conseguiram liberdade em seguida. Entre eles estão Bruno Pupe Cancella e Leonardo Igrejas Esteves Borges. "Alguns foram presos novamente, na operação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, na quinta-feira", acrescentou.