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Titular da delegacia da Barra deixa o cargo após prisão de inspetor em operação contra milícia

Adriana Belém entregou o cargo depois da prisão do chefe de Investigação da delegacia que comandava, o inspetor Jorge Luiz Camillo Alves, seu braço-direito

Belém com o chefe de Investigação da delegacia da Barra, o Jorge Luiz Camillo Alves, preso na operação Os Intocáveis II
Belém com o chefe de Investigação da delegacia da Barra, o Jorge Luiz Camillo Alves, preso na operação Os Intocáveis II -
A titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), a delegada Adriana Belém, deixou o cargo, após a operação Os Intocáveis II, realizada nesta quinta-feira, contra a milícia que age em Rio de Pedras e região, na Zona Oeste do Rio. Na ação, o chefe de Investigação da distrital, o inspetor Jorge Luiz Camillo Alves, foi preso acusado de envolvimento com o grupo para-militar. Ele era braço-direto de Belém.
De acordo com a Polícia Civil, a delegada entregou o cargo ao secretário Marcus Vinícius Braga, que aceitou o pedido de demissão.
"A decisão foi tomada para garantir a lisura das investigações conduzidas na unidade distrital", a pasta disse, em nota.

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Belém com o chefe de Investigação da delegacia da Barra, o Jorge Luiz Camillo Alves, preso na operação Os Intocáveis II Reprodução / Instagram
Belém com o chefe de Investigação da delegacia da Barra, o Jorge Luiz Camillo Alves, preso na operação Os Intocáveis II Reprodução / Instagram
Belém com o chefe de Investigação da delegacia da Barra, o Jorge Luiz Camillo Alves, preso na operação Os Intocáveis II Reprodução / Instagram
Delegada Adriana Belém Estefan Radovicz / Agência O Dia
NA BERLINDA
Além de Camillo, o inspetor Alex Fabiano Costa de Abreu foi outro policial da 16ª DP preso na operação de ontem, que capturou outras 31 pessoas. De acordo com o Ministério Público estadual (MPRJ), eles recebiam propina para deixar de combater as ações da milícia investigada.
Durante coletiva de imprensa realizada após a ação, o Corregedor da Polícia Civil, o delegado Glaudiston Galeano Lessa, cogitou o afastamento de Belém. A delegada não foi alvo da investigação do Ministério Público.
"Se houver algum indício da participação da titular da 16ª DP no curso da investigação penal, ela será afastada da titularidade. Mas, isso é uma decisão que cabe ao secretário, nomear e exonerar ela do cargo que ela exerce", o corregedor declarou, na ocasião.
'AMIGO DA 16'
A ligação do chefe de Investigação da 16ª DP com a milícia de Rio das Pedras era tão grande que ele era conhecido como o "Amigo da 16" pelos integrantes do grupo paramilitar. O policial foi flagrado em várias conversas com o PM reformado Ronnie Lessa, preso acusado de ser um dos assassinos da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes.
No perfil do Instagram da delegada, Camillo aparece em várias fotos ao lado da ex-titular da distrital. Em uma delas, a delegada escreveu "hoje tivemos uma pausa para um almocinho delícia com meu fiel escudeiro".
O MEIA questionou à Polícia Civil se Belém será transferida para alguma outra delegacia ou ocupar algum cargo na secretaria, bem como quem assumiria o seu lugar. No entanto, a assessoria da corporação disse, em, nota, que por enquanto só tem as informações sobre a saída da delegada.