A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) decidiu soltar os deputados estaduais que estavam presos pela operação Furna da Onça, desdobramento da Lava Jato no Rio. A reunião plenária, ontem à tarde, reuniu 65 deputados. Vinte e cinco votaram contra e 39 a favor da libertação. O deputado Capitão Nelson (Avante), preferiu se abster.
A decisão beneficia André Corrêa (DEM), Chiquinho da Mangueira (PSC), Luiz Martins (PDT), Marcos Abrahão (Avante) e Marcus Vinicius Neskau (PTB). O grupo foi detido em novembro do ano passado sob a acusação de montar um esquema criminoso na Casa. O resultado será publicado no Diário Oficial de hoje e os alvarás de soltura só serão expedidos após a Alerj comunicar oficialmente o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2).
O deputado Luiz Paulo Corrêa (PSDB) defendeu a manutenção da prisão. "Se cinco procuradores acolheram a denúncia contra os deputados, depois cinco desembargadores, na Alerj não somos juízes. Voto pela manutenção da prisão", disse.
Relator do projeto que balizou a soltura, Rodrigo Bacellar (SDD) defendeu. "Sou advogado e estou deputado. A corrupção é nojenta, mas não posso buscar Justiça atropelando a lei. Estamos decidindo sem paixão política alguma. É uma questão de legislação", falou. Mesmo soltos, os deputados não poderão assumir o mandato, pois a posse deles, na cadeia, foi suspensa pelo Tribunal de Justiça do Rio.
A operação Furna da Onça mira um suposto esquema que teria movimentado R$ 54,5 milhões em propinas, entre 2011 e 2014, segundo mandato do governador Sérgio Cabral (MDB).