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Piscinão de Ramos fecha para manutenção. Em São Gonçalo, o lago está seco e coberto de mato

Deodoro é o único lugar onde banhistas podem aproveitar uma instalação pública para se refrescar

Frequentadores do Piscinão de Ramos reclamam da falta de manutenção no local.
Frequentadores do Piscinão de Ramos reclamam da falta de manutenção no local. -

Rio - O verão ainda nem chegou, mas o calor já castiga a galera. E nada como um mergulho pra refrescar. Mas… dos três piscinões do Rio de Janeiro, apenas um pode ser usado: o de Deodoro. Em Ramos, a promessa da prefeitura é reabrir o espaço no dia 26 deste mês. Já em São Gonçalo, o lago está seco e coberto de mato. O Governo Estadual, responsável pela área, alega que não tem os R$ 2 milhões para garantir a diversão do público.

O Meia esteve no Piscinão de Ramos no dia 30 de novembro e o que viu foram banheiros fechados, chuveiros quebrados, lodo na beira do lago e suportes sem lixeiras. O local foi fechado nesta segunda-feira para serviços de manutenção e limpeza.

“A gente tá querendo tudo: banheiro, água limpa, chuveirão… Quando o Piscinão foi aberto, cada mergulho era um flash, mas agora o flash já acabou e o mergulho também”, reclama a barraqueira Luiza Helena Santana, de 63 anos.

30/11/2018 - Frequentadores do Piscinão de Ramos reclamam da falta de manutenção no local. Na imagem, o local onde deveria funcionar os banheiros, porém os mesmos estão fechados. Foto de Alexandre Brum / Agência O Dia - MEIA HORA - Alexandre Brum / Agência O Dia

Danielle de Carvalho, de 30, trabalha no Piscinão oferecendo bronzeamento com fita adesiva. O abandono tem prejudicado seu faturamento.

“É a gente que varre isso aqui todo dia de manhã. A Comlurb é logo ali, mas eles não limpam. Antigamente vinham 10, 15 funcionários. Hoje, quando vêm, aparecem três. Se fosse na Zona Sul, 5h da manhã já teria gente limpando”, ironiza a comerciante, rebatendo a alegação da Comlurb — a empresa afirma que, a partir das 7h, 16 garis atuam na limpeza varrendo e recolhendo os resíduos.

Outra crítica de Danielle é sobre a programação da prefeitura: “Eles querem fazer a tal da limpeza profunda sempre em novembro, e aí quebra a gente porque é verão. Tem que fazer logo quando acaba o inverno”.

Na Região Metropolitana, a situação é ainda pior: o Piscinão de São Gonçalo, fechado desde março de 2017, não vai reabrir tão cedo. A Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro (Suderj) diz que busca parcerias para revitalizar o espaço. Nada, porém, saiu do papel.

Piscinão de São Gonçalo seco e repleto de mato - Divulgação

Quem se deu bem, por enquanto, são os moradores da Zona Oeste. O Piscinão de Deodoro passou por limpeza na semana passada e, segundo a Caroline Barreto Mattos, de Realengo, não há destino melhor quando o calor aperta.

“Vamos muito lá, o local é maravilhoso. É super limpo, até mesmo após as chuvas. Além disso, tem três salva-vidas em tempo integral”, conta a vendedora de salgadinhos, de 32 anos: “Uma área de lazer desse tipo é importante para toda a comunidade, pois nessa região a maioria dos passeios é cobrada”.

* Estagiária sob a supervisão de Marco Antonio Rocha

Galeria de Fotos

Piscinão de Deodoro recebe os banhistas todo fim de semana. Divulgação
Ao longo do Piscinão de Ramos, os suportes que deveriam conter latas de lixo. Alexandre Brum / Agência O Dia
O local onde funcionavam os chuveiros no Piscinão de Ramos. Alexandre Brum / Agência O Dia
Piscinão de São Gonçalo está abandonado, seco e repleto de mato. A área de lazer está fechada desde março de 2017. Divulgação
Frequentadores do Piscinão de Ramos reclamam dos banheiros fechados e sem manutenção. Alexandre Brum / Agência O Dia