O prefeito Marcelo Crivella afirmou ontem que os refeitórios de creches e escolas municipais do Rio vão voltar a funcionar no início de agosto. A data da reabertura ainda não foi decidida, mas as merendeiras já serão convocadas hoje e treinadas para receberem as crianças.
Segundo Crivella, inicialmente refeitórios de 168 escolas serão reabertos e vão funcionar de segunda-feira a sábado. A escolha das unidades foi feita com base em "áreas de maior vulnerabilidade social". Cerca de 20 mil crianças devem ser atendidas com café da manhã e almoço nas escolas.
"As cestas básicas continuarão chegando nas casas dessas crianças, mas a reabertura dos refeitórios é importantíssima para garantir a boa alimentação nesse momento de crise", disse Crivella. O comparecimento desses alunos da rede municipal nos refeitórios é voluntário.
Para a reabertura, a prefeitura realizou a testagem de funcionários da área de alimentação das unidades municipais de educação que se voluntariaram. No total, foram 3.188 testes rápidos do novo coronavírus realizados de 13 a 27 de julho. Cerca de 7% dos testados, 228 funcionários, apresentaram resultado positivo e já possuem os anticorpos da doença. São esses trabalhadores que voltarão a trabalhar nos refeitórios, o que diminuiria o risco de transmissão às crianças.
"Precisamos de duas merendeiras em cada escola, então a conta fechou. Mas se a demanda de crianças for maior, podemos contratar mais merendeiras já imunizadas. Daqui a 30 dias, esse grupo vai refazer o teste", afirmou Crivella.
Segundo pesquisadora, subnotificação pode ser maior
Para a professora e pesquisadora Maria Isabel de Souza, é possível que a quantidade de subnotificação seja ainda maior do que o apontado pelo estudo: "Tendo em vista outros dados, como o aumento do número de mortes em residência e o crescimento expressivo de pacientes com problemas respiratórios que, na verdade, estariam com a síndrome aguda respiratória, por exemplo", explica.
A especialista avalia que o relatório, mesmo sendo uma pesquisa autodeclarada, possibilita que o estado realize um mapeamento para localizar áreas de possível subnotificação. "O estado pode fazer testagens nesses locais para analisar se de fato, há casos de pessoas que tiveram a doença ou que ainda estão na fase inicial da infecção por covid-19. Por exemplo, ir a campo e mapear para que as ações de prevenção possam chegar a essas localidades de subnotificação e tentar evitar uma propagação do vírus e também que a doença se desenvolva no seu grau mais severo nas pessoas", esclarece.
*Estagiária sob supervisão de Martha Imenes