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Vaquinha virtual está ajudando catadores de materiais recicláveis

Objetivo é amenizar os impactos sofridos por 72 famílias de catadores do Rio

Rio,06/04/2020-COVID-19-CORONA VIRUS,CASCADURA, Rede Recicla, Catadores de materiais reciclaveis.Na foto.Wilson Cunha,porduz sabao e detergente com oleo de cozinha usado.Foto: Cleber Mendes/Agência O Dia
Rio,06/04/2020-COVID-19-CORONA VIRUS,CASCADURA, Rede Recicla, Catadores de materiais reciclaveis.Na foto.Wilson Cunha,porduz sabao e detergente com oleo de cozinha usado.Foto: Cleber Mendes/Agência O Dia -
A pandemia de Covid-19 não foi a única a tirar o sono dos catadores de materiais recicláveis do Rio, que tiveram que paralisar suas atividades desde o início do isolamento social, devido ao risco de contaminação, uma vez que a triagem dos materiais é manual. Além de não poderem realizar a coleta, os trabalhadores também não conseguem vender os materiais que já haviam sido recolhidos.
Para amenizar os impactos sofridos por 72 famílias de catadores do Rio, a organização Visões da Terra, consultoria em sustentabilidade que presta apoio técnico a cooperativas de catadores, iniciou uma campanha de financiamento coletivo, para garantir renda emergencial de R$ 100 para cada catador.
As doações serão integralmente repassadas às 19 cooperativas que têm o apoio da Visões da Terra, cinco delas no Rio de Janeiro (duas no Jardim Gramacho, em Duque de Caxias; uma Cascadura; uma na Ilha do Governador; e outra em Niteroi). A campanha nacional já arrecadou R$ 19.278, mas o objetivo é conseguir R$ 115.600. Para contribuir, basta acessar www.vakinha.com.br/vaquinha/renda-minima-para-352-catadores. Doações de cestas básicas também são aceitas através das redes sociais da Visões da Terra.
Parte do dinheiro arrecadado já foi entregue para alguns catadores que não receberam o auxílio do governo. Segundo a ONG, muitos deles ainda estão esperando algum retorno. "A nossa maior preocupação é fazer com que os catadores sobrevivam e possam levar comida para suas casas, enquanto os projetos de lei para a renda da população não são aprovados. O tempo das leis é diferente do tempo da fome", afirmou a sócia da organização, Oriana Rey.

Catador há 20 anos, Luiz Carlos Santiago, de 65 anos, conta que nunca passou por uma situação como a que enfrenta agora, e teme a incerteza sobre o futuro. Para ele, a ajuda da vaquinha virtual é um alívio em meio aos dias de sofrimento. “A gente não pode produzir e os compradores não pedem o que já temos. Nossa situação é difícil, é um momento muito incerto. Graças a Deus existem pessoas solidárias que nos ajudam com essa vaquinha, que já dá para comprar alguma coisa para comer, um gás, até a gente conseguir ajuda do governo.”

Trabalhando com a reciclagem de óleo de cozinha para produção de sabão há dois anos, o catador Wilson da Cunha, 54, relata que recorria a uma segunda fonte de renda que também foi afetada pelo novo coronavírus: motorista de aplicativo. Agora, o dinheiro que ganha da campanha é a única garantia de conseguir se alimentar.

“As vendas pararam e no aplicativo eu fico o dia inteiro e não consigo nada. Estamos atrás de doações. Hoje, ganhei o dinheiro da vaquinha, já dá para garantir uma mistura. Mas, antes de acabar, a gente já tem que pensar em como vai conseguir mais. A gente está vivendo um momento único, que as gerações mais velhas não passaram.”
Associação cria auxílio
Enquanto a vaquinha virtual continua arrecadando fundos para ajudar os catadores e o auxílio emergencial do governo não sai, a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) colocou a mão na massa e planejou um benefício de R$ 600 para os profissionais que estão sem trabalhar. O valor será dividido em duas parcelas (uma paga em abril e a outra em maio). Somente aqui no Rio, segundo a instituição, 79 catadores e suas famílias recebem a ajuda. Três das cooperativas assistidas já receberam a primeira parcela e as outras duas pegam o benefício essa semana. Em maio será paga a segunda. O valor arrecadado na vakinha online vai ser dividido com as famílias que estão com mais problemas financeiros.
*Estagiária sob supervisão de Karina Fernandes

Histórias de muita luta com material reciclado recolhido

Catador há 20 anos, Luiz Carlos Santiago, de 65, conta que nunca passou por uma situação dessas e teme a incerteza sobre o futuro. Para ele, a ajuda da vaquinha virtual é um alívio. "A gente não pode produzir e os compradores não pedem o que temos. É um momento incerto. Graças a Deus, existem pessoas solidárias que nos ajudam com essa vaquinha, que já dá para comprar alguma coisa para comer, um gás, até a gente conseguir ajuda do governo."

Trabalhando com a reciclagem de óleo de cozinha para produção de sabão há dois anos, o catador Wilson da Cunha, de 54, relata que tinha uma segunda fonte de renda que também foi afetada pela Covid: motorista de aplicativo. Agora, o dinheiro da campanha é a única garantia de conseguir se alimentar.

"As vendas pararam e no aplicativo eu fico o dia inteiro e não consigo nada. Estamos atrás de doações. O dinheiro da vaquinha já dá para garantir uma mistura."

Rio,06/04/2020-COVID-19-CORONA VIRUS,CASCADURA, Rede Recicla, Catadores de materiais reciclaveis.Na foto.Wilson Cunha,porduz sabao e detergente com oleo de cozinha usado.Foto: Cleber Mendes/Agência O Dia Cléber Mendes
Rio,06/04/2020-COVID-19-CORONA VIRUS,CASCADURA, Rede Recicla, Catadores de materiais reciclaveis.Na foto. Marco Antonio Martins, Liuz Carlos Santiago, Wilson Cinha, Luiz Carlos Santiago e Edson da Silva Lopes.Foto: Cleber Mendes/Agência O Dia Cléber Mendes