O primeiro dia útil após as medidas emergenciais adotadas pelos governos estadual e municipal para evitar a propagação do coronavírus, como o fechamento de escolas, gerou impacto em vários pontos na cidade do Rio. Ontem, locais que costumam apresentar grande fluxo de pessoas tiveram movimentação bastante reduzida. A segunda-feira mais pareceu um dia de feriado.
A mudança na rotina da cidade causou impactos no trânsito do Rio. Até o início da tarde de ontem, o Centro de Operações do Rio (COR) tinha registrado uma média de 22 quilômetros de congestionamento na capital, contra 56 quilômetros de média nas últimas semanas.
Na SuperVia, apesar do vai e vem de pessoas no terminal da Central do Brasil, a concessionária registrou, até 16h de ontem, queda de 76 mil passageiros. Segundo a empresa, a redução representou 20% a menos, em média, do que o fluxo normal de uma segunda-feira. Passageiros de ônibus também sentiram as consequências das medidas de emergência. Foi o caso do confeiteiro Fabrício Venâncio, que diariamente sai do Méier para trabalhar em Copacabana. "Eu pego o 474 todos os dias e nunca consigo sentar. Hoje tinha até de sobra. Acho que muita gente ficou em casa, mas quem precisa trabalhar não pode mudar a rotina", argumentou.
Duvidas se espalham pelas ruas
A dona de casa Helen Cristina Flauzino, por exemplo, que acompanha a mãe, Elisete Flauzino, para tratamento de câncer diz que ainda tenta entender como evitar a propagação do novo coronavírus. “Minha mãe é uma das pessoas que faz parte do grupo de risco. Eu ainda preciso entender um pouco mais sobre esse novo vírus para ajudá-la a não ser contaminada. Já passamos por cima de coisas mais complicadas e iremos vencer novamente”.
A cuidadora de idosos Jurema Gonçalves explica que é preciso estar preparado para enfrentar o vírus. “Eu já tomo todo o cuidado preciso por trabalhar com pessoas idosas. Agora, é o momento de estar atento. É preciso prevenir para não remediar”.
O álcool gel não sai da bolsa da analista de contas Flavia Loureiro. “Dizem que a bolsa de uma mulher é um mistério e que tem de tudo. Hoje o que não pode faltar é o álcool gel. A situação está tensa e a gente ainda não tem noção do risco que corremos”.