Carrões importados, imóveis de luxo, relógios e roupas caras. Para muitos, a vida de um jogador profissional de futebol é um conto de fantasia com muito dinheiro, glamour e status. Só que para quem rala pesado nos clubes de menor expressão a realidade é muito diferente: atraso de salários, pouco investimento e condições ruins de trabalho. E esse cenário ficou ainda pior depois da suspensão dos torneios por causa da pandemia do novo coronavírus.
Se antes já era difícil, agora é questão de sobrevivência se virar sem a bola nos pés. O zagueiro Carlos Alberto, do América, tenta dar um bico na crise. Ele trocou as chuteiras pela tesoura e agora faz a cabeça da clientela na Barbearia Humildes, em Parada Angélica, em Duque de Caxias. Por ele, mesmo com o pico de contágio alto da doença no Rio, as atividades deveriam ser retomadas.
"Estamos entre a cruz e a espada: se ficarmos em casa, passamos fome, mas se sairmos, corremos risco. Mesmo assim sou a favor de voltar", disse o jogador de 26 anos.
Revelado pelo Fluminense e com passagens em vários clubes pequenos do Rio, o lateral-esquerdo Amarildo, hoje no Timon, do Piauí, conta com a ajuda da esposa para segurar as pontas em casa. "Está dando para levar, ela é professora e a gente tem conseguido pagar nossas contas. Não temos as condições financeiras de atletas da elite, por isso temos que cuidar da saúde para o futebol voltar logo".
Lateral esquerdo vira motorista no Mato Grosso