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Advogado de Ronaldinho Gaúcho afirma que prisão no Paraguai é ilegal

Ele alegou que os ex-jogadores agiram 'de boa fé' ao usar os documentos, sem saber que eram ilegais, pois procuravam iniciar negócios no país

Ronaldinho enrolou as mãos com uma toalha para esconder as algemas. Atrás, de azul, seu irmão Assis
Ronaldinho enrolou as mãos com uma toalha para esconder as algemas. Atrás, de azul, seu irmão Assis -
Assunção - Advogado de Ronaldinho Gaúcho, Sergio Queiroz disse neste domingo que seu cliente e seu irmão, Assis, estão detidos de modo totalmente ilegal no Paraguai. Ele alegou que os ex-jogadores agiram "de boa fé" ao usar os documentos, sem saber que eram ilegais, pois procuravam iniciar negócios no país. O advogado também declarou que as autoridades diplomáticas do Brasil estão "tomando nota" das "irregularidades".

Em entrevista coletiva em um hotel, Queiroz disse que a prisão de Ronaldinho e Assis é "ilícita, ilegal e abusiva". Ele argumentou que a promotoria determinou inicialmente que ambos poderiam retornar ao Brasil ou viajar a qualquer outro país porque "não houve dolo", mas questionou a razão para a juíza do caso determinar, ainda assim, a detenção.

"Eles não sabiam que os documentos eram ilegais", disse, quando questionado por que eles usavam carteira de identidade e passaporte paraguaios. Ele reiterou em várias ocasiões que o Ministério Público concluiu que os ex-jogadores cometeram o ato de apresentar os documentos ilícitos "de boa fé e na total ausência de dolo".

"Ronaldo e Roberto (de Assis) não sabiam que era irregular, para eles era regular, tanto que apresentaram livremente (os documentos para entrar no país), podendo apresentar apenas o documento de identidade. A Promotoria entendeu isso", insistiu, diante dos questionamento sobre o motivo que os levou a usar documentos que claramente tinham dados irregulares, uma vez que nenhum deles possui nacionalidade paraguaia, conforme consta na carteira de identidade e no passaporte.

"Houve uma resolução de não continuar o processo contra Ronaldo e Roberto e, a partir daí, ocorreram várias irregularidades em 24 horas", afirmou o advogado, ignorando o poder do Procurador Geral do Estado de revogar a decisão dos promotores iniciais do caso.

"Os recursos existem para serem realizados e os que se encaixam nos esforços diplomáticos, já foram atendidos rapidamente, verificando tais ilegalidades. Ou seja, o cônsul foi até lá, identificou e agora está tomando as medidas e como autoridade diplomática que é, todas essas irregularidades serão relatadas ao governo brasileiro", disse Queiroz, embora tenha indicado que não tenha falado com representantes diplomáticos do Brasil sobre o caso.

Ele afirmou, no entanto, que não se buscou nenhuma intervenção do presidente Jair Bolsonaro. "Não pretendo pressionar o presidente, como advogado, tenho que cuidar do processo", disse. E insistiu: "Cabe a mim como advogado, usar todos os mecanismos possíveis dentro do processo, questões diplomáticas agora serão tratadas pelo cônsul e as autoridades brasileiras responsáveis"

Ele também sugeriu que a suposta "crueldade" contra seu cliente poderia ter sido adotada como um esforço do Estado paraguaio para demonstrar uma suposta firmeza do seu sistema judiciário.

"Se acontece o que me perguntaram, seria uma maneira de colocar no mundo que o Paraguai teria um sistema judicial forte e independente, isso estaria sendo feito à custa de ilegalidade, de abuso e da violação da lei do próprio país", acusou, insistindo em sua respostas nas supostas ilegalidades do processo contra Ronaldinho e Assis.