Policial civil se mata após fazer família refém

Uma tragédia familiar chocou moradores do Grajaú, na Zona Norte do Rio, na manhã de sexta-feira. Após fazer a ex-mulher e os dois filhos reféns, um inspetor da Polícia Civil se matou com tiro na cabeça. Policiais militares chegaram a ir ao local para negociar a rendição do agente, mas ele não quis se entregar.

Ricardo Chaves Moraes Costa tinha 57 anos e o caso aconteceu na Rua Itabaiana, próximo à Rua Mearim. Ele e a esposa haviam se separado recentemente e estariam brigando por causa da divisão do valor da venda da casa onde a ex morava. Um amigo contou ainda que Ricardo teria descoberto um tumor no cérebro recentemente.

Enquanto a família estava sob poder do inspetor, foram ouvidos três disparos dentro da casa. Antes disso, um dos filhos do policial conseguiu sair da residência e chamou a polícia. A ação ocorreu a menos de 400 metros da Rua Professor Valadares, onde mora o governador Wilson Witzel (PSC).

A ex-mulher e os filhos, maiores de idade, não ficaram feridos. O quarteirão chegou a ser fechado por policiais dos batalhões de Operações Especiais (Bope) e de Choque (BPChq), assim como dos bombeiros, que foram chamados para prestar socorro. A 20ª DP (Vila Isabel) investiga o caso.

Tranquilo, calmo

Um policial que era amigo do inspetor disse que ele era uma pessoa "tranquila, calma", mas que o ex-casal brigava muito por conta da divisão do imóvel. Na compra, ele teria pago 70% do valor da casa, mas a ex queria que a divisão fosse feita de maneira igual para os dois no ato da venda.

Um outro amigo disse que Ricardo estava morando em hotéis. "Sempre houve essa confusão entre os dois. Estive com ele na véspera, era amigo, companheiro, parceiro. Problemas familiares às vezes causam isso, tem gente que não sabe lidar", lamentou Wilson Nascimento, 75 anos. Ele revelou que o amigo teria descoberto um tumor no cérebro e uma gastrite. O inspetor estava lotado na Academia da Polícia Civil (Acadepol) e, ontem, começaria a trabalhar na 18ª DP (Praça da Bandeira).