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Golpes com mortos

Bandidos usam documentos de falecidos em fraudes

A polícia chegou até Flávio (E), após a prisão do miliciano Sassá (D)
A polícia chegou até Flávio (E), após a prisão do miliciano Sassá (D) -

Policiais do Departamento Geral de Combate à Corrupção ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD) investigam uma quadrilha de estelionatários que falsifica documentos de pessoas mortas para comprar e vender carros. Segundo a especializada, o principal responsável pelo esquema fraudulento seria Flávio Leal Vargas, que foi preso na segunda-feira, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Os policiais chegaram até ele após a prisão de Michael Emerson Andrade de Souza, o 'Sassá', apontado como contador do principal grupo de milicianos do Rio, a Liga da Justiça, em junho.

No momento em que foi capturado, Sassá dirigia um carro, que estava registrado no nome do policial militar Rafael Carvalho Alves Pinheiro, morto num assalto, em maio de 2017. Entretanto, os agentes descobriram que o carro foi comprado oito dias depois da morte do PM.

Através de investigações, o DGCOR-LD descobriu que Flávio teria montado um documento falso de identificação, através de uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH), usando o nome do militar, e feito um financiamento no banco para comprar o veículo, o regularizou no Detran-RJ e, depois, o vendeu.

A Polícia Civil está investigando se Flávio falsificou outros documentos usando dados de pessoas já falecidas para aplicar outros golpes. Em depoimento, o dono de uma concessionária declarou que conseguiu vender 14 veículos em 2017 para compradores arranjados por Flávio.

A polícia investiga como ele consegue dados de óbitos recentes e se há a participação de funcionários de cartórios, de financeiras, de bancos e do Detran na fraude.