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'Porteiro mentiu'

MP diz que registros de condomínio indicam que Lessa autorizou entrada de Queiroz

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O Ministério Público do Rio (MP-RJ) afirmou, ontem, que "o porteiro (do condomínio do presidente Jair Bolsonaro) mentiu" ao dizer que Élcio de Queiroz foi autorizado a entrar no local com a permissão de alguém da casa do presidente. Horas antes da morte da vereadora Marielle Franco (Psol), Élcio foi ao condomínio para encontrar outro suposto envolvido no crime, Ronnie Lessa, que também possui residência no local, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.

Lessa tem duas casas no condomínio de alto luxo, as de número 65 e 66. Já Bolsonaro reside na casa 58. O porteiro, por sua vez, anotou na planilha de controle de entrada que Élcio iria à residência 58. E, em dois depoimentos, em dias distintos, reafirmou que Élcio pediu autorização para ir à casa de Bolsonaro, ocasião em que chegou a interfonar para a casa do presidente, na época deputado federal, solicitando a autorização. As informações do depoimento foram reveladas pela TV Globo, que ainda divulgou um trecho do relato. Nele, o porteiro afirma que uma pessoa de voz parecida com a do presidente autorizou a entrada. A informação, segundo promotoras do MP, não foi comprovada.

Indagada sobre se a anotação foi um erro da portaria, a promotora Simone Sibilo, coordenadora do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado, afirmou que o motivo será apurado: "Por que o porteiro lançou o número 58? O fato é que as ligações comprovam que Ronnie Lessa autoriza a entrada e que Élcio Queiroz vai para a casa de Lessa. O porteiro mentiu. E isso foi mostrado com a prova técnica".