Eram 5h34 da manhã de ontem (10h34 no horário de Brasília), quando o mundo foi apresentado a Santa Dulce dos Pobres. Muito antes disso, porém, os brasileiros já acompanhavam a vida e obra de Irmã Dulce, também conhecida como o 'Anjo Bom da Bahia'. E, claro, aguardavam por esse momento da canonização. A cerimônia, no Vaticano, reuniu cerca de 50 mil pessoas — sendo 10 mil brasileiros.
Na mesma hora, a mais de nove mil quilômetros de distância do Vaticano, na Catedral Metropolitana do Rio, no Centro, moradores de rua acompanhavam, atentamente, por um telão, a cerimônia.
"Foi linda a cerimônia. Sempre fui devota dela. O olhar da Irmã Dulce transmite bondade, ela sempre foi uma santinha", contou Cecília Matos de Seixas, de 82 anos, momentos antes da Missa de Ação de Graças pela canonização, na Paróquia da Ressurreição, em Ipanema, Zona Sul do Rio. "É um momento importante para nós, que estamos precisando de muita paz", acrescentou.
Para o padre José Roberto Devellard, responsável há 32 anos pela Paróquia da Ressurreição, Irmã Dulce não é a primeira santa brasileira, mas a primeira canonizada pela igreja. "Quantos brasileiros são santos sem a gente saber? Quantas pessoas dão a sua vida diante de situações sociais? Ela só mostra que existem modelos imitáveis. Um santo está dentro da nossa possibilidade. Basta querer, está ao alcance de todos", reforça.