Alunos do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet/RJ) protestaram, ontem de manhã, na unidade Celso Suckow da Fonseca, no Maracanã, Zona Norte do Rio, contra a decisão do Ministério da Educação (MEC) de substituir o diretor-geral da instituição, Maurício Saldanha Motta, eleito em abril, enquanto realiza "diligências necessárias para que não restem dúvidas quanto à lisura e isenção" do pleito, a pedido do candidato derrotado, Sérgio Roberto Araújo, que alega fraude eleitoral.
Maurício Aires Vieira, o diretor substituto, nomeado temporariamente, não pôde assumir o cargo. Ele, que até a nomeação era assessor e diretor de Programas da Secretaria Executiva do Ministério da Educação, foi embora do local meia hora após a sua chegada.
"Não reconhecemos ele como nosso diretor, então ficaremos aqui na porta, foi um ato simbólico da nossa resistência. Embora ele tenha competência acadêmica, a gente não reconhece ele, por não ser da comunidade Cefet/RJ, não conhecer a nossa realidade, as nossas necessidades e não ter identificação nenhuma com a gente", disse um representante dos alunos.
No final da manhã, o diretor-geral eleito e diretores de outras unidades se reuniram para discutir a situação. "Essa decisão (do MEC) pode interferir no planejamento de diversos projetos e investimentos do próximo ano letivo. A gente precisa dessa definição (sobre o resultado da eleição) para continuar as rotinas acadêmicas e administrativas. O que mais afeta é a autonomia institucional, cada unidade tem também as suas necessidades e os seus projetos. É um cenário crítico quanto ao financiamento de instituições públicas", declarou Maurício Saldanha Motta.