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Traficantes destroem terreiro em Caxias

Mãe de santo, de 85 anos, ficou sob a mira das armas de 'bandidos de Jesus'

Objetos e esculturas foram quebrados pelos criminosos, que deram ordem para fechar o espaço religioso, em funcionamento há 50 anos
Objetos e esculturas foram quebrados pelos criminosos, que deram ordem para fechar o espaço religioso, em funcionamento há 50 anos -

A Polícia Civil e o Ministério Público Federal (MPF) investigam um caso de intolerância religiosa contra um terreiro de Candomblé, no Parque Paulista, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Criminosos, que se intitulam 'bandidos de Jesus', invadiram e destruíram o templo, e ordenaram que o espaço seja fechado. Este é 16º caso de ódio a crenças africanas registrado no município de Duque de Caxias este ano. De acordo com dados da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), até agora foram contabilizadas 40 ações criminosas na capital, 20 em São Gonçalo e 15 em Campos dos Goytacazes.

"A gente vem fazendo um esforço muito grande para tentar estancar este cenário de violência. Estamos em contato com o governo, prefeituras e municípios, além das comunidades, terreiros e pastores. É um problema de difícil resolução", destacou o procurador da República Júlio Araújo.

No momento do ataque, a mãe de santo, uma idosa de 85 anos, estava presente e sofreu ameaças sob a mira de uma arma. Os 'bandidos de Jesus' são traficantes da facção Terceiro Comando Puro (TCP), que tomaram a comunidade. Foi a primeira vez que o terreiro, que existe há mais de 50 anos, sofreu um ataque, apesar de já ter recebido ameaças. "Já fecharam quatro espaços religiosos. Nunca passamos por situação parecida. Não vamos voltar; a segurança dela vem em primeiro lugar", disse um parente da mãe de santo.