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Uma briga sem prazo pra acabar

Prefeitura e concessionária não se entendem

Prefeitura diz que pode fazer licitação para contratar nova empresa para o VLT. Concessionária pede de contrato na Justiça
Prefeitura diz que pode fazer licitação para contratar nova empresa para o VLT. Concessionária pede de contrato na Justiça -

A briga entre a Prefeitura do Rio e a empresa que opera o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ganhou um novo capítulo ontem, com a anúncio da Prefeitura de que cogita abrir uma nova licitação para que outra empresa opere o serviço. O anúncio acontece um dia após a VLT Carioca solicitar à Justiça a rescisão do contrato, assinado em 2012 e com validade de 25 anos, com o governo do município.

O motivo do pedido seria uma dívida por parte da prefeitura com a empresa de R$ 150 milhões, referente ao investimento para a implantação das linhas. A companhia diz que tentou por várias vezes uma negociação junto à prefeitura. Segundo a VLT Carioca, a dívida teria impedido o início das operações da Linha 3, pronta desde o ano passado, e projetada para ligar a Central do Brasil ao Aeroporto Santos Dumont.

De acordo com a Prefeitura do Rio, pelo contrato assinado durante a gestão do então prefeito Eduardo Paes, o VLT deveria transportar 260 mil passageiros por dia, mas hoje o número de usuários é de 60 mil, com a diferença sendo obrigatoriamente paga pela prefeitura. Assim, o município pretende um acordo para 'equilibrar financeiramente' a operação. Segundo a prefeitura, somente após os números serem revistos é que o pagamento será retomado.

Enquanto a briga continua, o maior prejudicado é o trabalhador. Para Paulo Cesar Ribeiro, engenheiro de transporte da Coppe/UFRJ, mesmo que seja aprovada uma nova concessão, é preciso haver uma integração tarifária ainda maior entre os modais. "O valor da tarifa, assim como a origem e o destino dos passageiros, precisam ser levados em conta na hora de definir um projeto grande como este. Quem vem da Baixada Fluminense, por exemplo, geralmente costuma desembolsar mais dinheiro de passagem. Isso dificulta a tomada de uma novo transporte até o destino final", declarou o engenheiro.