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Selfie antes de morrer

Milicianos de Itaboraí muitas vezes faziam fotos com as vítimas e depois as matavam

Acusado foi preso em Friburgo
Acusado foi preso em Friburgo -

Policiais da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG) encontraram, na tarde de ontem, 14 corpos e restos mortais em uma localidade conhecida como Visconde, em Itaboraí, Região Metropolitana do Rio. Segundo a polícia, o grupo muitas vezes, antes de matar, tirava selfies com as vítimas.

De acordo com o delegado Gabriel Poiava, assistente na DHNSG, os corpos estavam em covas rasas, em um matagal. A localização desse cemitério clandestino ocorreu durante as investigações que desencadearam na quinta-feira a operação Salvator, que levou à prisão 17 pessoas acusadas de envolvimento com milícias. Três mandados ainda não foram cumpridos.

Os investigadores da DHNSG e do Ministério Público Estadual acreditam que ao menos dois cemitérios do tipo foram usados pelos milicianos ligados a Orlando Curicica, que cumpre pena em presídio federal. As investigações apontaram que ao menos cem pessoas foram mortas pela milícia mas, para não chamar a atenção da polícia, os bandidos desapareciam com os corpos das vítimas.

Dessa forma, os casos eram investigados como desaparecimento de pessoas e não homicídios. Além disso, muitas famílias das vítimas da milícia foram coagidas a não denunciar os assassinatos. "Identificamos ao menos 50 corpos desaparecidos de janeiro de 2018 até agora", disse o delegado Gabriel Poiava.