Uma espada samurai era a arma usada na tortura e morte de vítimas da quadrilha de milicianos que foi alvo de uma megaoperação da Polícia Civil e do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro (Gaeco).
A espada, segundo as investigações, era o instrumento para decapitar e até arrancar os corações dos desafetos dos criminosos. Uma das vítimas foi um mototaxista, que teve o coração arrancado pelos milicianos após ter sido morto. O grupo paramilitar acreditava que ele teria dado informações a traficantes sobre integrantes do bando, morto em março.
De acordo com a delegada Barbara Lomba, da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG), os milicianos esquartejaram o homem para demonstrar o poder da quadrilha.
A operação, em vários pontos do Rio, Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Rio Bonito, visava a cumprir 74 mandados de prisão e 93 de busca e apreensão contra um grupo paramilitar ligado ao ex-PM e miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica — preso desde outubro de 2017, no presídio federal de Mossoró (RN). Foram presas 17 pessoas, entre elas um sargento da PM. Os milicianos faturavam R$ 500 mil por mês.