Mais Lidas

Punição depois da dor

Após perder a filha de 9 anos, dona de casa pode ir pra cadeia

Fernanda Pacheco, quando Ana Cristina morreu
Fernanda Pacheco, quando Ana Cristina morreu -

A mãe da menina Ana Cristina Pacheco Luciano, de 9 anos, que morreu por complicações de queimaduras provocadas por gasolina em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, recebeu com surpresa a notícia de que ela e seu pai foram indiciados no caso. De acordo com a Delegacia de Defesa de Serviços Delegados (DDSD), Fernanda Pacheco Luciano, de 26 anos, e seu pai, Antônio Martins da Silva, fazem parte de um esquema de furto de combustível de oleodutos da Transpetro no município. Foi num desses furtos que a filha dela acabou caindo em uma poça de gasolina e sofreu queimaduras graves que a levaram à morte.

"A participação dela era fazer a vigilância do local enquanto a organização criminosa atuava, para informar a aproximação de policiais e vigilantes da Transpetro", afirma o titular da DDSD, delegado Julio da Silva Filho. "Ele (o pai) também fazia o papel de vigilante e às vezes fornecia a energia elétrica e sinal de Internet para os criminosos".

O delegado conta que chegou até os nomes dos dois após ouvir testemunhas e fazer buscas e apreensões em endereços de suspeitos. "Essa afirmação foi feita por três testemunhas diferentes. A prova é testemunhal e mais algumas outras evidências", acrescenta o delegado.

Fernanda e o pai foram indiciados por homicídio doloso; furto qualificado; crime contra o meio ambiente; crime contra a ordem econômica e organização criminosa.

Fernanda Pacheco, quando Ana Cristina morreu Armando Paiva / Agência O Dia
Fernanda e Ana Cristina Arquivo Pessoal
Tentativa de furto de aconteceu no Parque Capivari Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Combustível vazou e atingiu residências da região Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Ana Cristina tinha nove anos Arquivo Pessoal