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Chikungunya não dá trégua no Rio

Desde janeiro foram registrados mais de 18 mil casos da doença transmitida pelo Aedes aegypti

Celso Rodrigues recebeu a visita de agentes da prefeitura após dois anos. Vistoria aconteceu no dia em que a reportagem esteve no local
Celso Rodrigues recebeu a visita de agentes da prefeitura após dois anos. Vistoria aconteceu no dia em que a reportagem esteve no local -

Os casos de chikungunya triplicaram no Rio de Janeiro. Dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) mostram que, de janeiro até 18 de junho, 18.049 pessoas foram vítimas da doença transmitida pelo Aedes aegypti — mosquito também responsável pela dengue e a zika. Nos seis primeiros meses de 2018 foram 6.335 registros. São cerca de 3 mil diagnósticos por mês em todo o município, sendo que a região mais afetada é a Zona Oeste.

Em Inhaúma, na Zona Norte, há pelo menos um mês os moradores sofrem com o aumento dos casos de chikungunya. Na Vila Santo André, onde residem cerca de mil famílias, as reclamações são pelo longo intervalo entre as visitas de agentes de saúde nas residências. Em alguns casos, a espera pode ser de mais de dois anos, contribuindo para a proliferação da doença.

É o caso de Celso Rodrigues da Silva, de 66 anos. Ainda com dificuldade para andar, devido às dores causadas pela doença, o motorista reclama da demora de visitas de agentes de saúde. "A última vez foi em março de 2017. Pode ver aqui na ficha. Mas as visitas têm que ser constantes", reclamou. Além dele, a esposa também acabou infectada. "Ela está assim há quase três semanas. Não é fácil, dói muito. Estamos nos recuperando aos poucos", disse.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que somente neste ano já foram realizadas mais de 4,1 milhões de visitas domiciliares de inspeção para busca e eliminação de possíveis focos do mosquito. Em 2018, durante todo o ano, foram pouco mais de 10 milhões de inspeções pelos agentes de saúde.

Celso Rodrigues recebeu a visita de agentes da prefeitura após dois anos. Vistoria aconteceu no dia em que a reportagem esteve no local Renan Schuindt
Vila da chikungunya Renan Schuindt
Casa fechada há quatro meses pode ser um dos focos da Vila Santo André, em Inhaúma. Ontem, prefeitura notificou os responsáveis pela residência Renan Schuindt
Vila Santo André ficou conhecida como a Vila da Chikungunya Renan Schuindt
Acima, José da Silva Medeiros, que teve toda a família vítima da doença. Celso Rodrigues (à esquerda) mostra a data da última visita feita por agentes de saúde, realizada em maio de 2017 Renan Schuindt