Política da bala

O presidente da Câmara de Vereadores de Nilópolis, Jorge Henrique da Costa Nunes (SD), conhecido como 'Dedinho', foi preso ontem por policiais civis da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), durante a operação 'Dedo Podre'.

O vereador e ex-policial militar é acusado de ordenar a morte do também vereador e policial civil Roberto de Barros Batista (PTB), o 'Betinho'.

Além de 'Dedinho', a operação visava o cumprimento de mandado prisão contra outros três acusados e de busca e apreensão, em vários endereços no Rio e na Baixada Fluminense. Os outros procurados são Ronaldo Izidoro e Valdevar Pereira da Silva Júnior, que estão foragidos.

A desavença entre 'Dedinho' e 'Betinho' começou após 'Dedinho' antecipar a eleição para o comando da Câmara de Vereadores. Isso teria irritado 'Betinho', que protocolou na Justiça um pedido para barrar a votação.

De acordo com as investigações, em represália, 'Dedinho' mandou Ronaldo Izidoro contratar Fernando Boia de Faria para executar 'Betinho' por R$ 200 mil. Mas Fernando teria contratado um terceiro pistoleiro, que entregou o plano.

Fernando teria sido morto pela própria organização por não ter conseguido cumprir o contrato. Segundo o delegado Moyses Santana, da DHBF, o outro acusado, Valdevar Pereira da Silva, "auxiliava a quadrilha vazando informações" sobre a rotina de 'Betinho'.

O advogado de 'Dedinho', Odair Lima, disse que a investigação da Polícia Civil não tem "nexo". "A comunidade sabe que ele é da paz e atuante e todos da cidade gostam dele. São denúncias falsas que não existem e não há provas. Ele não mata nem uma barata", disse.