Mais Lidas

Contra as cotas

Projeto acaba com reserva de vagas para negros

Amorim cobra apoio de Witzel
Amorim cobra apoio de Witzel -

No próximo dia 13, quando se comemora a abolição da escravatura, estudantes de universidades públicas do estado, representantes de entidades ligadas à luta pelos Direitos Humanos e da sociedade civil organizada tomarão as ruas em manifestações contra Projeto de Lei do deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL) que pretende acabar com as cotas raciais nas universidades do Rio de Janeiro.

Amorim é o mesmo que quebrou placa que homenageava a vereadora Marielle Franco (Psol), assassinada ao lado do motorista Anderson Gomes, em março de 2018. A placa foi quebrada durante campanha eleitoral em um palanque onde estava ainda o então candidato a governador Wilson Witzel (PSC).

De acordo com o parlamentar, as cotas raciais servem para atingir objetivos políticos, além de dividir a sociedade. Segundo ele, as cotas para alunos da rede pública, deficientes físicos e filhos de policiais militares, civis e bombeiros, será mantida. "O objetivo é fazer um ajustamento daquilo que pode ser uma importante ferramenta de inclusão social e de livre acesso para uma educação de qualidade", disse.

Apesar da alegação do deputado, entidades como o Educafro, principal órgão incentivador da política de cotas manifestaram sua indignação com a proposta. De acordo com Frei David, coordenador da ONG, a instituição vai solicitar reuniões em caráter emergencial com representantes do governo. "Estamos organizando um ato com todos os cotistas, na frente da Alerj. Além disso, estamos solicitando audiência com o governador, com o procurador-geral do Estado e com o presidente da Alerj", afirma. "Ainda de acordo com o frei, o tema sobre as cotas está sendo tratado como assunto de interesse partidário. "O deputado não está sendo honesto com o Estado do Rio de Janeiro. A política não pode ser contrária à Constituição", finalizou.

Amorim cobra apoio de Witzel Armando Paiva/ Agência O Dia
Cotista na Uerj, a estudante de medicina Maria Carolina, de 24 anos, acha que, em vez de acabar a reserva, a fiscalização deveria aumentar fotos Estefan Radovicz