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Professora da UFRJ denuncia racismo em hotel na Zona Sul: 'É desumano subir junto com o lixo!'

Convidada para um congresso no Windsor, no Leme, Thayná Sisnade, de 27 anos, conta que funcionário a orientou a entrar pela porta de serviço

Thayná Sisnade, de 27 anos, denunciou racismo sofrido no Windsor
Thayná Sisnade, de 27 anos, denunciou racismo sofrido no Windsor -

Rio - Uma professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) denunciou um caso de racismo sofrido no hotel Windsor, no Leme, na Zona Sul. Em uma publicação no Facebook, Thayná Sisnade, de 27 anos, conta que foi convidada para participar de um congresso internacional no local, porém, ao chegar com seu material de apresentação foi impedida de entrar no prédio por um funcionário, que orientou que ela entrasse pela portaria de serviço.

A professora, que também é aluna de doutorado na UFRJ, contou no relato que ao chegar na portaria de serviço encontrou funcionários da limpeza do hotel, que a perguntaram o que ela estava fazendo ali, uma vez que a porta de entrada era em 'outra porta'.

"Eu disse que o outro moço tinha me mandado ir pra lá, por causa do congresso. Ele me responde que não era não. Mas já que eu já tava ali, me falou pra ir até o funcionário do balcão. Esse, constrangido, me mostra onde é o elevador. Entro no elevador, todos me olhando sem entender muito bem, no 1° andar, entra uma funcionária com lixo que pediu desculpas pelo lixo e meio sem graça de estar dividindo o espaço comigo".

Thayná também disse que, dois dias após o caso, voltou ao Windsor, onde o gerente e uma outra funcionária pediram desculpas pelo ocorrido, alegando não saber qual funcionário havia dado tal orientação. A professora falou que o gerente também negou que o hotel tivesse práticas racistas dizendo "só olhar para nossos funcionários".

"Mesmo que eu fosse a entregadora de pizza! É desumano subir junto com o lixo!", escreveu Thayná.

A história foi publicada no dia 11 de novembro e viralizou nas redes sociais e, até o momento, conta com 83 mil curtidas e 22 mil compartilhamentos no Facebook. Procurada, a assessoria de imprensa do hotel Windsor liberou o seguinte comunicado:

"A Rede Windsor de Hotéis considera inadmissível qualquer tipo de discriminação e preza pelas relações de respeito às pessoas independentemente de credo, raça, religião, cultura. Lidar com diversidade é, inclusive, uma das características mais notórias da Rede Windsor. Por isso mesmo, o fato narrado pela professora causou perplexidade e será objeto de rigorosa apuração interna".