Mais Lidas

Vídeo: goleiro Bruno é flagrado com mulheres e bebidas na prisão e perde direito de trabalho

Em conversas divulgadas pela TV Alterosa, ex-atleta teria combinado um encontro: 'Meu telefone vai descarregar! Quando vier, vai direto para o bar que fica no campo'

Ex-goleiro cumpre pena em MG
Ex-goleiro cumpre pena em MG -

Rio - O goleiro Bruno teve o direito de trabalho externo suspenso e deve voltar para a prisão de Varginha, em Minas Gerais, após ter sido flagrado por uma TV local com duas mulheres e cerveja em horário de serviço, além de desfrutar de livre acesso ao celular. O ex-goleiro do Flamengo cumpre pena em regime fechado em Varginha e tinha a permissão para sair para trabalhar na Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac) da cidade. Após a reportagem, a Secretaria de Administração Prisional (Seap) anunciou que o direito ao trabalho foi suspenso. 

Em conversas de WhatsApp divulgadas pela TV Alterosa, Bruno teria combinado um encontro. "Meu telefone vai descarregar! Mas vamos marcar para amanhã, porque hoje meu dia está cheio!Aqui, quando vier, vai direto para o bar que fica no campo".

Reportagem da TV Alterosa flagra lata de cerveja sobre a mesa em entrevista com goleiro Bruno, mas não é possível ver se houve ingestão alcoólica - Reprodução/ TV Alterosa

Ele diz que na parte da tarde costuma tomar uma cerveja com dois amigos. O goleiro também pede, na suposta troca de mensagens divulgada pela reportagem, para tudo ficar em segredo e diz que "a esposa não pode saber de nada". Bruno ainda teria pedido para a moça levar uma amiga "para o amigo". "Qualquer coisa, ninguém é de ninguém!", completa. 

Confira o vídeo:

No início do mês, a Justiça de Varginha (MG) concedeu a Bruno a diminuição de 24 dias da sua pena por trabalho, estudo e leitura. Ele foi condenado pela morte da amante Eliza Samudio. Com a remissão da pena, ele poderia sair da cadeia para cumprir regime semiaberto desde o último dia 13. A mudança, depende do aval do juiz da Vara de Execuções Penais de Varginha, Tarciso Moreira Souza.

Após a defesa de Bruno ajuizar o pedido para ir ao semiaberto, o juiz responsável pediu parecer do Ministério Público de Minas Gerais. O documento retornou nesta segunda-feira à Justiça de Varginha orientando um exame criminológico para verificar se o ex-goleiro está pronto para voltar à sociedade. Agora, o processo está concluso, esperando julgamento. As informações são da Comunicação do Tribunal de Justiça de Minas, que ainda não tem atualização sobre o impacto da reportagem da TV Alterosa no processo.

Além de Bruno, Luiz Henrique Ferreira Romão, mais conhecido por Macarrão, outro participante do crime contra Eliza Samudio, também teve seu pedido acatado pela Justiça e poderá cumprir pena em liberdade condicional.

A liberdade condicional de Macarrão terá algumas condições: comprovar ocupação lícita em 30 dias; comparecer mensalmente em juízo para provar residência fixa e permanência em ocupação lícita; não mudar de residência, nem se ausentar sem prévia autorização judicial, e se recolher às 22h em sua residência até as 6 da manhã, salvo se comprovar atividade lícita.

Além disso, Macarrão não poderá frequentar bares, boates, casas de prostituição e locais de reputação duvidosa. No próximo dia 31, será realizada sua audiência, na qual Macarrão irá assinar termo concordando com as novas condições de cumprimento da pena. Todas essas informações são do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

Entenda o caso e a condenação

Eliza Samudio desapareceu em 2010 e o corpo nunca foi encontrado. Bruno foi condenado por homicídio, sequestro e cárcere privado do filho Bruninho. Ele também havia sido condenado por ocultação de cadáver, mas esta pena foi extinta, porque a Justiça entendeu que o crime prescreveu. Ex-braço direito de Bruno, Luiz Romão, conhecido como Macarrão, foi condenado por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado. Ele foi acusado de ajudar o goleiro Bruno Fernandes a se livrar da vítima, com quem teve um filho e se negava a assumir a paternidade.

Bruno na época era jogador do Flamengo e o caso ganhou grande repercussão. O atleta foi condenado inicialmente a mais de 22 anos de prisão, tendo depois a pena caído para 20 anos e nove meses. Ele cumpria pena em Varginha, no Sul de Minas, até ser transferido em junho deste ano para uma Apac (Associação de de Proteção e Assistência ao Condenado) do município, onde até esta sexta-feira era obrigado a estudar e trabalhar.

Macarrão deixou a cadeia em março deste ano. Ele cumpria pena no Presídio Doutor Pio Canedo, em Pará de Minas (MG), e obteve o direito de passar para o regime aberto. Luiz Henrique Ferreira Romão tenta refazer a vida na cidade de Pará de Minas, a 90 quilômetros da capital mineira. Macarrão e Bruno se conheceram quando Romão tinha 9 anos e desde então eram parceiros inseparáveis, até Macarrão declarar, em audiência em 2012, que Bruno acabou com sua vida.

O ex-goleiro Bruno chegou a ser solto em 2017 por liminar do Superior Tribunal Federal (STF) e voltou a jogar futebol no Boa Esporte, no Campeonato Mineiro. Ele teve o pedido de habeas corpus negado e em abril daquele ano voltou a ser preso após se apresentar à polícia em Varginha, onde está preso.

Bruno já cumpriu pouco mais de 8 anos da pena, mas uma falta grave cometida em 2013 faz com que não seja computado o tempo total em que esteve preso. A conclusão total da pena agora está prevista para 11 de maio de 2031.