Para muitos, a terceira idade é sinônimo de descanso, mas tem uma turma que não está pensando em sossego, mesmo com idade para se aposentar. Segundo os últimos dados da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia, o número de pessoas com 65 anos ou mais em vagas de trabalhos formais, saltando de 484 mil em 2013 para 649,4 mil em 2017.
Mas Geraldo Serenário, de 80 anos, passou por dificuldades. "Quando eu ia deixar o currículo, pedia logo para a pessoa abrir o jogo e dizer se havia algum problema em relação a minha idade. Eles acabavam reconhecendo que não contratavam idosos", conta Geraldo. Porém, ele não desistiu e foi contratado, aos 77, como auxiliar de operações no Prezunic. "O trabalho me faz sentir vivo e útil", afirma.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, os idosos já são mais de 20 milhões no Brasil. Por isso, conforme Henrique Noya, diretor-executivo do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, afirma que precisa existir um elo entre estado, empresa e o trabalhador para que essas pessoas sejam inseridas no mercado.
Essa população começa a aparecer nas estatísticas de pessoas em busca de emprego, representando 4,8% dos desempregados de acordo com a pesquisa feita em agosto pelo IBGE. Muitas reingressaram no mercado de trabalho para ter uma renda a mais dentro de casa.
Foi o caso da atendente de caixa Silvana Sampaio, que precisou complementar as finanças em casa e recuperar a auto estima depois de perder o emprego. "Nosso custo aumenta quando envelhecemos: remédios, plano de saúde", relata.
Representantes de empresas expõem as qualidades e benefícios de contratar essa mão de obra. "Geralmente são muito comprometidos, responsáveis, além de exemplos de inspiração e motivação para os mais jovens", destaca Alessandra Mamede, coordenadora de RH do Supermercados Mundial.