Testes retomados

A Universidade de Oxford, no Reino Unido, anunciou ontem que retomará a fase 3 dos testes para sua potencial vacina contra o coronavírus, desenvolvida em parceria com o laboratório AstraZeneca. Os estudos tinham sido suspensos na terça-feira, após uma voluntária apresentar reações adversas sérias. Por razões de confidencialidade, os detalhes do caso não foram divulgados. Entretanto, o The New York Times afirmou que a paciente teve mielite transversa — uma síndrome inflamatória que afeta a medula espinhal.

"Em grandes ensaios como este, espera-se que alguns participantes não se sintam bem e todos os casos devem ser avaliados cuidadosamente para garantir uma avaliação cuidadosa da segurança", disse a nota da universidade.

Além do Reino Unido, os testes estavam sendo realizados também em outros países, incluindo o Brasil. Na terça-feira, o AstraZeneca comunicou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a interrupção dos estudos.

Em nota, a Anvisa afirmou que recebeu ontem as informações sobre a reativação dos testes ingleses. A agência aguarda nota oficial da Autoridade Sanitária do Reino Unido (MHRA) para aprovar a continuidade dos estudos nacionais. "A Anvisa reitera que está comprometida com a celeridade na análise de todos os dados. Ao mesmo tempo, trabalha para garantir a segurança dos participantes do estudo clínico no Brasil", informou a agência.

O Ministério da Saúde aguarda a liberação do órgão e do Comitê Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para que "os estudos prossigam também com os voluntários brasileiros".

Apesar da breve suspensão, não houve relatos de reações adversas no Brasil, segundo a Anvisa. A pesquisa é coordenada pelo Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais da Universidade Federal de São Paulo (Crie/Unifesp).