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Crítica ao exército

'Está se associando a esse genocídio', diz ministro

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou no sábado a ausência de comando oficial no Ministério da Saúde em meio à pandemia de coronavírus. Segundo ele, o objetivo de manter um militar à frente da pasta é tirar o protagonismo do governo federal na crise. "O Exército está se associando a esse genocídio", disse. Ele disse ainda que o "vazio" de comando na pasta não é "aceitável".

Os comentários foram feitos durante um debate online organizado pela revista IstoÉ e pelo Instituto Brasiliense de Direito Público. A crítica do ministro é direcionada à presença de militares em postos-chave no Ministério da Saúde, que é comandado interinamente há mais de 50 dias pelo general Eduardo Pazuello.

O ministro interino não tem experiência prévia na área de saúde, mas, apesar disso, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não dá sinais de que nomeará um novo titular. "Não podemos mais tolerar essa situação que se passa no Ministério da Saúde. Não é aceitável que se tenha esse vazio. Pode até se dizer: a estratégia é tirar o protagonismo do governo federal, é atribuir a responsabilidade a estados e municípios. Se for essa a intenção, é preciso se fazer alguma coisa. Isso é péssimo para a imagem das Forças Armadas. É preciso dizer isso de maneira muito clara: o Exército está se associando a esse genocídio, não é razoável. É preciso pôr fim a isso", declarou.

Ao Yahoo Notícias, questionado sobre as falas de Mendes, o Ministério da Defesa, sem citá-lo, diz que, desde o início da pandemia do novo coronavírus, os militares atuam diariamente no combate à doença, com "efetivo maior do que o da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial".

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