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'Não engoli essa decisão'

Bolsonaro critica Alexandre de Moraes após indicação de Ramagem à PF ser barrada

Agentes da Polícia Militar e da Guarda Municipal atuam nas barreiras sanitárias nas entradas da cidade
Agentes da Polícia Militar e da Guarda Municipal atuam nas barreiras sanitárias nas entradas da cidade -

As polêmicas envolvendo o presidente Jair Bolsonaro não param. Após minimizar as mortes por coronavírus e provocar a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública para tentar nomear um amigo da família na diretoria-geral da Polícia Federal, ele encrencou com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que barrou a nomeação de Alexandre Ramagem na PF.

"Eu não engoli essa decisão. Não é essa a forma de tratar um chefe do Executivo, que não tem uma acusação de corrupção e faz tudo pelo seu país", afirmou Bolsonaro, ontem, sobre o ato do ministro de suspender a nomeação. 

Para Bolsonaro, a decisão de Moraes foi política e quase provocou uma crise institucional. Moraes acatou mandado de segurança do PDT, que questiona ligação de Ramagem com a família Bolsonaro e a possível interferência do presidente na PF. "Desautorizar o presidente da República com uma canetada dizendo 'impessoalidade'? Apelo que respeitem a Constituição", pediu o presidente, que, à noite, tentou minimizar a questão e disse ter feito apenas um desabafo.

Mas as declarações causaram reação de ministros do STF, que defenderam Moraes. "As decisões judiciais podem ser criticadas e suscetíveis de recurso, mas o que não se aceita — e é ilegítima — é a censura personalista aos membros do Judiciário", afirmou o ministro Gilmar Mendes. "Moraes chegou ao STF após sólida carreira acadêmica e de ter ocupado cargos públicos com competência e integridade. No STF, sua atuação tem se marcado pelo conhecimento e independência. É uma honra tê-lo aqui", frisou o ministro Luís Roberto Barroso.

Agentes da Polícia Militar e da Guarda Municipal atuam nas barreiras sanitárias nas entradas da cidade Clarildo Menezes
Moraes suspendeu nomeação Marcelo Camargo / Agência Brasil
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