Tragédia em baile funk

Nove pessoas — oitos homens e uma mulher — morreram após serem pisoteadas durante um baile funk na comunidade de Paraisópolis (SP), na madrugada de ontem. As vítimas, cujas identidades não foram reveladas, foram resgatadas e levadas ao Hospital do Campo Limpo, mas não resistiram. Dos mortos, quatro foram identificados. Um deles tem 14 anos de idade. Outras sete pessoas foram socorridas com lesões. Duas viaturas da PM foram depredadas. O caso está sendo registrado no 89º Distrito Policial (Jardim Taboão).

De acordo com a polícia, durante a madrugada do baile, policiais do 16º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M) realizavam Operação Pancadão na comunidade, quando dois homens em uma motocicleta atiraram contra os agentes. Ainda segundo a PM, os homens fugiram na moto em direção a um baile funk. Os suspeitos teriam continuado a atirar, causando pânico entre os frequentadores do baile. A Polícia Militar instaurou inquérito para apurar as circunstâncias do incidente na comunidade.

No entanto, testemunhas e policiais têm versões diferentes sobre o que teria provocado o tumulto. Segundo relatos de parentes de vítimas e de frequentadores do baile funk, policiais fecharam as saídas do local e passaram a jogar bombas e a atirar. Os policiais, por sua vez, disseram ter ido ao local atender um chamado e foram recebidos com pedradas.

Ontem, o tenente-coronel Emerson Massera, da PM, disse que ainda não é possível avaliar se houve erro na atuação da polícia. "Tudo isso vai ser objeto de apuração. O que nos relataram é que foi uma ação muito rápida, não houve outra alternativa a não ser usar a munição que estava ao alcance".

Pelo Twitter, o governador de São Paulo, João Doria escreveu: "Determinei ao Secretário de Segurança Pública, General Campos, apuração rigorosa dos fatos".