No ano passado, o Brasil bateu recorde de contratações de pessoas com algum tipo de deficiência. De acordo com levantamento feito pelo extinto Ministério do Trabalho, em 2018, o número de pessoas com deficiência admitidas chegou a mais de 46,9 mil profissionais, um crescimento de 20,6% em relação a 2017. Ainda segundo a pesquisa, o número do ano passado foi o maior desde 2003, quando começou a ser registrado. Porém, especialistas afirmam que muitos obstáculos precisam ser enfrentados para os PcDs conquistarem oportunidades ou mesmo permanecer na vaga alcançada.
"Nos últimos anos, houve avanço no cenário de contratação de PcDs, precisamente a partir de 2004. Porém, ainda há muito o que ser feito. Mas há sim o que se comemorar", explica Carolina Ignarra, sócia e fundadora da Talento Incluir, consultoria de inclusão de pessoas com deficiência.
O operador de perecíveis Jorge Salvador de Oliveira, de 53 anos, é um bom exemplo de profissional que driblou as obstáculos e conquistou uma vaga no mercado de trabalho. Há 14 anos, ele trabalha em uma unidade da rede de supermercado Mundial.
"Antes de conseguir esse emprego, enfrentei diversas dificuldades por causa da minha deficiência. Nunca desisti de enviar currículo e uma hora surgiu uma oportunidade no mercado", afirma Oliveira.
De acordo com Carolina Ignarra, as empresas precisam modificar a cultura empresarial e se preparar para receber funcionários PcDs. "Há muito o que ser feito, por exemplo, criar um grupo de afinidade, pois os funcionários com a questão de acessibilidade também, entre outros fatores", explica.
Ainda segundo ela, os gestores precisam promover um acompanhamento próximo desses funcionários. "É necessário fazer um envolvimento periódico, de dois em dois meses, ver o que foi delegado para ela. Dessa forma, o funcionário se desenvolverá rapidamente e no perfil que a empresa quer", finaliza Carolina.