Airbags defeituosos, falhas no motor, risco de pane elétrica e incêndio são alguns dos problemas encontrados em veículos convocados para o recall. Quando não sanados, os defeitos de fábrica representam um risco. Apesar da importância dessas campanhas, só 15% dos carros listados para o conserto no ano passado foram levados por seus donos.
O dado alarmante divulgado pelo Procon-SP retrata a importância de uma portaria, assinada na última segunda-feira pelos ministérios da Justiça e da Infraestrutura. A proposta prevê novas regras e definem a criação de um sistema de notificação nacional de recalls. Uma das medidas mais importantes autoriza o registro da falta do reparo, após um ano, no Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV). A medida passa a valer em 90 dias.
Vinicius Melo, CEO do Papa Recall, aplicativo que notifica proprietários para as campanhas, acredita que a decisão representa uma nova fase para a indústria automotiva. "A medida deve aumentar os índices de atendimento às campanhas de recall, que são baixíssimos no país", comenta.
Segundo o especialista do aplicativo, o proprietário que não realizar o recall sentirá no bolso quando for realizar a revenda do veículo. "Na hora da venda, o comprador vai querer um desconto pelo defeito de fabricação, mesmo sabendo que todo recall é gratuito", aponta.
Pela regra, a informação da ausência na campanha de chamamento permanecerá no documento até a renovação do mesmo. A base de dados, no entanto, será atualizada de forma imediata, conforme baixa dada pelo setor de pós-venda da concessionária.