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Ônibus da cidade do Rio de Janeiro a caminho da extinção

Com linhas sumidas e frotas reduzidas, passageiros sofrem no Rio

Rio de Janeiro 11/09/2020 - Linha de onibus  que desapareceram durante a pandemia do COVID-19. Foto: Luciano Belford/Agencia O Dia
Rio de Janeiro 11/09/2020 - Linha de onibus que desapareceram durante a pandemia do COVID-19. Foto: Luciano Belford/Agencia O Dia -

Durante a pandemia, algumas linhas de ônibus da cidade do Rio pararam de circular e outras tiveram a frota reduzida, o que ocasionou transtornos aos passageiros. A prefeitura chegou a anunciar que o comitê criado pela Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) apresentaria um plano para solucionar o problema. Mas o prazo estipulado acabou e a promessa não foi cumprida. Nas ruas, o que não falta é reclamação, principalmente com a demora e o sumiço dos ônibus.

Sempre que sai de uma sessão de hemodiálise, que dura quatro horas, no Grajaú, tudo o que Neide Nascimento, de 48 anos, gostaria era chegar em casa o mais rápido possível. Em média, ela fica 40 minutos esperando o 601. "Já passei mal esperando o ônibus e tive que voltar para a clínica. Nos últimos meses, tem demorado muito, tem sido difícil porque já saio debilitada da sessão. E meu tratamento acontece três vezes na semana", conta a moradora de Jacarepaguá.

A demora também tem sido um problema para quem utiliza a linha 238, que chegou a parar de circular por um período, mas voltou ao normal. "Desde que voltou a circular, a gente tem esperado muito mais nos pontos de ônibus", reclamou João de Sousa, 37 anos.

Maristela Costa, de 62, de Madureira, afirma que os veículos da linha 636 têm ficado mais cheios. "Como tem demorado a passar, tem dias que está bem cheio, mas tenho que pegar assim mesmo", contou.

 

Planos não apresentados

Em entrevista publicada em 1º de setembro, o secretário municipal de Transportes, Paulo Jobim Filho, afirmou que implantaria, a partir de ontem, um plano de racionalização das linhas para resolver o sumiço dos ônibus.

A readequação começaria na Zona Oeste, região considerada a mais problemática na questão do transporte público, e se estenderia a toda cidade caso o resultado fosse positivo. Na prática, a mudança prometida não aconteceu, mesmo tendo sido denunciados e confirmados mais de 150 problemas no setor.

A Secretaria Municipal de Transportes informou que o comitê concluiria, ontem, o relatório com sugestões sobre os serviços dos ônibus afetados pela pandemia, mas nada foi divulgado até o fechamento desta edição.