Alíquota zero para a importação de arroz

O Ministério da Economia confirmou ontem que a Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu zerar a alíquota do imposto de importação para o arroz em casca e beneficiado até 31 de dezembro deste ano. Segundo a Agência Estadão Conteúdo, a isenção abrange cota de 400 mil toneladas e valerá para arroz com casca não parboilizado, arroz semibranqueado ou branqueado, não parboilizado. A decisão foi tomada em reunião, após proposta do Ministério da Agricultura.

De acordo com o Estadão, desde o fim de agosto, pressionado pelo aumento dos preços no mercado interno, o governo Bolsonaro avaliava apelar para a retirada temporariamente das tarifas de importação de arroz, milho e soja. Na reunião da Camex foi analisada a desoneração apenas para o arroz, cujo preço disparou nas últimas semanas, com o pacote de cinco quilos chegando a R$ 40 (normalmente, sai por R$ 15).

Após o presidente Bolsonaro, pedir lucro "próximo de zero" e patriotismo a donos de supermercados, a Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça, notificou ontem, empresas e associações cooperativas ligadas à produção, distribuição e venda de alimentos da cesta básica para questionar a alta nos preços dos produtos. Todos terão cinco dias para responder.

Já o vice-presidente Hamilton Mourão relacionou a alta no preço de alimentos à injeção de recursos na economia na pandemia com o auxílio emergencial. Segundo ele, as pessoas estão "se alimentando melhor e melhorando as suas casas". "É a questão da lei de oferta e procura", disse.

As famílias voltaram a gastar mais com alimentos. O grupo Alimentação e Bebidas saiu de um ligeiro avanço de 0,01% em julho para uma elevação de 0,78% em agosto, dentro do IPCA. O grupo contribuiu com 0,15 ponto percentual para a taxa de 0,24% da inflação oficial no mês passado.