A Câmara dos Vereadores abriu, ontem, Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso 'Guardiões do Crivella', um dia após o pedido de abertura de processo de impeachment do prefeito ser rejeitado. A relatora e presidente da CPI, vereadora Teresa Bergher (Cidadania), afirmou na justificativa que os fatos denunciados pela imprensa — de que grupos de funcionários pagos pela prefeitura tentavam impedir denúncias de mau atendimento em hospitais — ferem os princípios constitucionais de impessoalidade, moralidade, transparência e legalidade administrativa. O pedido foi publicado no Diário Oficial da Câmara de ontem.
"Hoje, temos a possibilidade de entrar com uma CPI que não é chapa branca, tenho certeza de que vai ter um final diferente", disse Teresa Bergher.
Para Tarcísio Motta (PSOL), os vereadores que irão integrar a CPI devem analisar a gravidade da situação. "Uso do dinheiro público para fins particulares, contratação de amigos que viram capangas, falta de transparência. O impeachment e o escândalo não existem por conta da eleição, mas os eleitores precisam avaliar essa denúncia", ressalta.
Coleção de CPIs
Em quatro anos de governo, o prefeito Marcelo Crivella acumula 24 Comissões Parlamentares de Inquérito. Em 2018, duas levaram à discussão de abertura de processo de impeachment. A CPI do Sisreg, conhecida como "CPI da Márcia", aberta para apurar desrespeito na fila do sistema de regulação de vagas e oferta de benefícios a igrejas evangélicas, e a CPI da Comlurb, para investigar uso da máquina pública para fins pessoais. Entretanto, Crivella foi absolvido nas duas investigações.