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Nota de R$ 200 já está em circulação no país

Cédulas nas cores cinza e sépia tem a imagem de um lobo-guará

O lobo-guará é um animal do Cerrado e corre risco de extinção
O lobo-guará é um animal do Cerrado e corre risco de extinção -

A nota de R$ 200 já está entre nós. Ontem, o Banco Central (BC) iniciou a circulação da nova cédula, com a imagem do lobo-guará e nas cores cinza e sépia. Segundo o BC, até o final do ano serão produzidos 450 milhões de unidades da edição. A exemplo das outras notas, a de R$ 200 tem marca d'água. Além disso, ela possui uma espécie de "quebra-cabeça", que forma o número 200 no lado superior esquerdo.

A nota tem o mesmo formato da cédula de R$ 20 (14,2cm x 6,5cm). A decisão de manter as dimensões, segundo o BC, é para melhor adaptação aos caixas eletrônicos e demais equipamentos automáticos que aceitam e fornecem cédulas de dinheiro.

O lobo-guará, animal típico da fauna do cerrado brasileiro e ameaçado de extinção, foi escolhido em pesquisa realizada pelo Banco Central em 2001 para eleger quais espécies da fauna brasileira deveriam ser estampadas no dinheiro.

Além do risco de extinção, a imagem do lobo-guará na nota é lançada no período em que o habitat natural da espécie passa por uma série de desafios, devido às queimadas e ao desmatamento. Para o projeto ambiental Onçafari, a circulação da nota dos R$ 200 chama atenção pela importância da preservação do animal, que sofrerá uma redução populacional de 29% nos próximos 21 anos.

Segundo o Banco Central, o lançamento da nota é uma forma de a instituição agir preventivamente para a possibilidade de aumento da demanda da população por papel moeda. "O momento singular que estamos vivendo trouxe os mais diversos desafios, e um deles foi um aumento na demanda da sociedade por dinheiro em espécie", disse o presidente do BC, Roberto Campos Neto.

A oposição classificou de absurdo o investimento alto na produção da nota em tempos de crise.

 

Nota de R$ 200

Para o presidente Instituto de Estudos Estratégicos de Tecnologia e Ciclo de Numerário (ITCN), Fernando Rei, o lançamento da nota é importante para representar um aceno entre os meios digitais e o dinheiro físico, sem que substituia o outro. "As cédulas possibilitaram que 20 milhões de pessoas desbancarizadas tivessem acesso ao auxílio emergencial e foi responsável também por manter operantes pequenos comércios e as trocas comerciais em regiões afastadas dos grandes centros. A nova nota corrobora com a importância do meio circulante para o futuro da sociedade", explica ele.
Para o economista Gilberto Braga, professor da Fundação Dom Cabral e do Ibmec-RJ, explica que o lançamento da nota não terá grandes efeitos na sociedade. "No ponto de vista da moeda, isso não tem grande mudança de feito. Com a inflação muito elevada nos últimos, o poder de compra da cédula diminuiu e não terá efeitos sociais em termos econômicos. A criação é uma mera reposição inflacionária", explica ele.