A denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) que resultou no afastamento de Wilson Witzel aponta que as relações entre ele, o ex-secretário Lucas Tristão e o empresário Mário Peixoto começaram na campanha de 2018.
À época, a Atrio-Rio Service, de Mário Peixoto, pagou R$ 225 mil ao escritório de advocacia de Tristão, do qual Witzel foi sócio, entre julho e outubro de 2018.
Também em 2018, o escritório de Tristão pagou R$ 412.308,37 ao candidato. Segundo a denúncia, as investigações revelaram que a contratação do escritório de Tristão foi "um artifício para permitir a transferência indireta de valores de Mário Peixoto para o então candidato Wilson Witzel".
A contrapartida veio após a eleição em contratos com dispensa de licitação entre a Faetec e Atrio-Rio Service, nos valores de R$ 4,7 milhões e R$ 32 milhões, entre fevereiro de 2019 e março deste ano.
Questionado na sexta-feira, se o esquema havia se configurado na campanha, o procurador da República Galtiênio da Cruz Paulino respondeu: "Tudo leva a crer que sim".
Advogado de Witzel, Ricardo Sidi, disse que ainda está formulando a defesa afirma que "é tecnicamente impossível a imputação do crime de corrupção passiva antes mesmo do primeiro turno das eleições de 2018". A defesa de Tristão, disse que se manifestará nos autos. A defesa de Mário Peixoto afirmou que a PGR omitiu os serviços prestados e seu valor de mercado.