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Rio sob nova direção

Em seu primeiro dia como interino, Cláudio Castro se reúne com secretário de Saúde

Rio de Janeiro - RJ  - 29/08/2020 - Geral - Movimentaçao na praia de Copacabana, proximo ao posto 6, zona sul do Rio - Foto Reginaldo Pimenta / O Dia
Rio de Janeiro - RJ - 29/08/2020 - Geral - Movimentaçao na praia de Copacabana, proximo ao posto 6, zona sul do Rio - Foto Reginaldo Pimenta / O Dia -

Um dia após Wilson Witzel (PSC) ter sido afastado do cargo de governador pelo ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por 180 dias, e de a Polícia Federal ter cumprido 13 mandados de prisão, o governador interino Cláudio Castro se reuniu ontem com o secretário de Saúde, Alex Bousquet, e subsecretários para discutir os números de casos de Covid-19 no Estado. Castro afirmou que não se pode perder o foco da pandemia. Witzel, porém, aguarda, na próxima quarta-feira, decisão do STJ se fica ou não afastado.

No segundo dia como governador, Castro se reuniu com representantes da Saúde que está sob os holofotes após os escândalos de supostos esquemas de corrupção. Em nota, ele afirmou que o principal ponto é o coronavírus. "Saúde é prioridade, por isso, o acompanhamento sistemático para manter nossas ações na capital e no interior. Vamos unir nossos esforços com outras esferas de poder e trabalhar com diálogo e parceria, além de reforçar os instrumentos de controle e transparência", disse.

O secretário de Saúde apresentou ao governador mudança nos critérios de notificação dos casos da Covid-19 e reforçou o aumento na quantidade de testes aplicados. "A primeira reunião nos trouxe a tranquilidade de que continuaremos tendo autonomia técnica para tomar as decisões corretas e que trabalharemos em conjunto. Nosso foco é fazer o melhor para a população", pontuou Bousquet.

Na segunda-feira, Castro vai se reunir com todo o secretariado e está previsto encontro com representantes do governo federal.

André Ceciliano se defende

André Ceciliano (PT), deputado estadual e presidente da Alerj, é um dos nomes que aparecem no esquema de desvio de dinheiro público citado pelo ex-secretário de Saúde Edmar Santos. Entretanto, em entrevista ao UOL, o parlamentar afirmou que a denúncia é descabida. "Estão querendo contaminar a linha sucessória do governador do Rio", disse. Também ontem, o prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis, se manifestou em nota após delação apontar que ele fez acordo com Wilson Witzel no valor de R$ 100 milhões. "O prefeito não é réu na ação penal", acrescentando que não há nada contra ele.

Praias cheias e casos em alta

O Estado chegou ontem a 16.016 mortes por coronavírus, com 157 novas mortes nas últimas 24h. Já o número de casos de Covid-19 está quase próximo dos 223 mil infectados. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o boletim acumula os dados que seriam divulgados na sexta-feira, o que não ocorreu por um problema técnico. Em todo o país, o Brasil ultrapassou mais de 120 mil vidas perdidas e mais de 3,8 milhões de diagnosticados. Mesmo assim, o Rio teve praias cheias em um sábado de muito sol. Banhistas ocuparam as praias de Copacabana e Ipanema, desrespeitando mais uma vez apermanência nas faixas de areia.

Witzel espera notícias do STF e para no hospital

Wilson Witzel espera, na quarta-feira, decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para saber se permanecerá fora do cargo pelos próximos seis meses. Para especialistas, a decisão deverá ser mantida. Segundo o cientista político Geraldo Tadeu, da Universidade do Estado do Rio (Uerj), é prática dos ministros do STJ consultar informalmente outros ministros. "Embora não abram mão de decidir monocraticamente, eles fazem consultas prévias para que não tenha objeto de contestação. Acredito que se mantenha a decisão."

Para Michael Mohallem, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), a situação de Witzel só se agrava. "O governador está fragilizado, sem apoio político e o fato inusitado é a possibilidade de dupla suspensão", explicou.

Ontem, Witzel passou mal e foi atendido no Copa D'Or. Ele foi diagnosticado com infecção na próstata, medicado e liberado.

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