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Adeus à mãe heroína

Corpo de mulher que morreu protegendo o filho é sepultado

Rio de Janeiro - RJ  - 27/08/2020 - Policia - Guerra de traficantes no Complexo do Sao Carlos, no Rio Comprido, zona norte do Rio - na foto, policiais em operaçao na regiao -  Foto Reginaldo Pimenta / O Dia
Rio de Janeiro - RJ - 27/08/2020 - Policia - Guerra de traficantes no Complexo do Sao Carlos, no Rio Comprido, zona norte do Rio - na foto, policiais em operaçao na regiao - Foto Reginaldo Pimenta / O Dia -

Em clima de muita comoção e dor, o corpo de Ana Cristina da Silva, de 25 anos, morta ao proteger o filho de 3 anos durante tiroteio entre criminosos, no Rio Comprido, foi enterrado, ontem, no Cemitério do Caju, na Zona Portuária. A jovem estava com o filho quando ficou no meio de um confronto, na invasão de uma facção rival ao Complexo de São Carlos. Ela se curvou sobre a criança e foi atingida por tiros de fuzil na cabeça e na barriga.

A vítima foi atingida na Rua Azevedo Lima, uma das vias de acesso ao Morro de São Carlos, no Estácio. O Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado, mas por conta do intenso tiroteio, não conseguiu socorrer Ana Cristina, levada ao Hospital Souza Aguiar, no Centro, por populares.

Emocionada, a família não quis falar com a imprensa. O marido de Ana Cristina, Edson dos Santos, passou mal durante o sepultamento e foi amparado por amigos.

Segundo Antônia Isalene, de 48 anos, amiga e vizinha de Ana Cristina, a criança ainda não sabe da morte da mãe. "Ele acha que ela está no hospital e perguntou várias vezes por ela. Eles eram apegados, ele ainda mamava. Tudo que ela fazia era pensando no filho", contou. "Ele está se referindo à mãe como uma super-heroína por tê-lo protegido dos tiros", completou uma outra parente.

Ana Cristina estava indo com o menino para o bar onde trabalhava na comunidade quando foi atingida.