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Vale-merenda causa polêmica

Cartão para alunos representa 10% da cesta básica

A Prefeitura do Rio e a Defensoria Pública fecharam um acordo, ontem, para distribuir o cartão-alimentação recarregável, no valor de R$ 54,25 por mês, aos alunos da rede municipal. A ideia é facilitar a compra de alimentos durante a pandemia da Covid-19. A partir da próxima segunda-feira, os cartões serão entregues aos responsáveis legais dos estudantes diretamente nas escolas, em dias e horários divulgados pela direção das unidades, a fim de evitar aglomerações.

O valor estipulado, no entanto, já está gerando polêmica. Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), feito em julho, o custo da cesta básica é de R$ 505,72 na capital. Questionada sobre o crédito ser de R$ 54,25 por mês, a Defensoria disse que "o valor foi estipulado com base em um estudo do Instituto de Nutrição Annes Dias e corresponde ao valor para adquirir os gêneros alimentícios que os alunos consumiam na escola".

Segundo a subcoordenadora de Infância e Juventude da Defensoria Pública, Beatriz Cunha, o órgão consultou um grupo de mães de alunos matriculados na rede municipal de ensino. "Esse grupo de mães entendeu que o valor era compatível e que era melhor celebrar o acordo", explicou. "Inicialmente, o município daria R$ 100 apenas aos alunos das famílias que integravam o Cadastro Único do governo federal ou recebiam o benefício do Família Carioca. Agora, todos os alunos, sem exceção, farão jus a esse valor de R$ 54,25 para custeio da alimentação que faziam na escola", afirmou Cunha.

A recarga está prevista para o dia 10 de cada mês, pelo período que durar a suspensão das aulas. Pelo acordo, o benefício continuará no caso de retorno parcial das aulas — com rodízio entre alunos da mesma turma.

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