Geral enquadrado

A praia, que para o carioca sempre foi um programa que desce redondo, no novo normal será marcada por quadrados. A limitação de espaços visando a evitar aglomerações começará em Copacabana, ainda sem data definida, segundo diretrizes apresentadas ontem pelo prefeito Marcelo Crivella e pelo superintendente de projetos da Vigilância Sanitária, Flávio Graça. Em julho, Crivella afirmou que as praias seriam liberadas apenas quando houvesse vacina para a Covid-19.

Os quadrados, ou melhor, quadrantes, serão demarcados com fitas na areia e poderão ser ocupados por até quatro pessoas da mesma família. Reservas poderão ser feitas por aplicativo de celular, responderão por 30% da área, e serão gratuitas apenas para moradores da capital. Os demais espaços devem respeitar a ordem de chegada. Haverá a possibilidade de aluguel pelo aplicativo, mas a prefeitura não entrou em detalhes.

Segundo Flávio Graça, empresas parceiras da prefeitura serão encarregadas de custear a demarcação dos quadrantes com fitas, que serão colocadas pela manhã e retiradas à noite. 

"Temos a projeção de fazer um projeto piloto na Praia de Copacabana, de segunda a sexta, quando tem menor fluxo de pessoas, para ver o comportamento da população. Se o projeto tiver sucesso, é fácil para multiplicarmos em toda a orla da cidade", explica. Graça disse que ambulantes poderão circular por corredores entre os quadrantes, mas não deu detalhes.

Modelo de demarcação já é adotado nas praias europeias

Três meses antes do prefeito Marcelo Crivella apresentar a proposta de demarcação, praias da Europa começavam a implementar o modelo. Devido à redução do impacto da doença, no começo de maio, as areias de Sanxenxo, no norte da Espanha, foram preparadas com estacas de madeira para delimitar as centenas de quadrados para duas pessoas. Também em maio, a Grécia reabriu suas praias, mas banhistas deveriam respeitar a distância de 4 metros entre os guarda-sóis e 40 pessoas a cada quilômetro quadrado. 

O infectologista Alberto Chebabo, entretanto, afirma que não há como comparar as praias brasileiras com as europeias. Segundo ele, as faixas de areia no Velho Continente são menores que as de Copacabana e Ipanema e têm menor índice de frequência. Ele também destaca que, com a demarcação, a Prefeitura está apenas regulamentando o que nunca deixou de acontecer na pandemia: praias cheias.