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Hospitais de campanha começam a ser desativados no Rio

Unidades de Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Nova Friburgo, que sequer receberam pacientes, foram desmontadas

Equipe retira macas em Nova Iguacu. Em Caxias, empresários (destaque) dizem não terem sido pagos
Equipe retira macas em Nova Iguacu. Em Caxias, empresários (destaque) dizem não terem sido pagos -

Foram desativados, na manhã de ontem, os hospitais de campanha de Nova Iguaçu e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e de Nova Friburgo, na Região Serrana. As unidades ficaram prontas, mas não chegaram a receber pacientes. Segundo os fornecedores de equipamentos para a montagem das estruturas das sete unidades de campanha do Rio — um grupo de 14 empresas —, os contratos firmados com a OS Iabas atribui a eles a responsabilidade pela desmontagem das unidades. Porém, os fornecedores afirmam que o pagamento dos contratos não acontece desde maio, o que inviabiliza financeiramente a desmontagem das estruturas. Eles calculam um débito total de cerca de R$ 25 milhões.

"Os contratos incluem montagem das estruturas, manutenção, locação de equipamentos, desmontagem e logística. Mas, sem receber, não temos condições de arcar com as retirada dos materiais. Só no meu caso, para levar embora os materiais apenas deste hospital (de Caxias), eu precisaria de 25 carretas. Não tenho mais dinheiro para isso. Estamos tirando do próprio bolso para mantermos funcionários, mas já chegamos ao limite", disse Luiz Carlos Vieira, um dos sócios da MVD Eventos, na porta da unidade de Caxias. A empresa dele forneceu tendas e pisos para os hospitais de campanha.

Vieira estava acompanhado por Carlos Eduardo Berenguer, sócio da Berenguer Loações e Serviços, que forneceu equipamentos para a rede elétrica dos hospitais. Eles foram checar a integridade dos materiais no hospital de Caxias, e não encontraram nada danificado. Segundo Berenguer, após o decreto estadual de intervenção nos contratos, publicado em 3 de junho em Diário Oficial, que passou a gestão das unidades da Iabas para a Fundação Estadual de Saúde, começou o jogo de empurra para o pagamento das dívidas.

"Precisamos de um posicionamento para saber de quem é a responsabilidade. Nem isso sabemos. Não fomos informados oficialmente de nada, e não sabemos a quem recorrer. Fica um jogo de empurra. Por isso, as 14 empresas se uniram e constituíram advogado para tentarmos encontrar algum caminho para o diálogo", disse Carlos Eduardo Berenguer.