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COVID NAS FAVELAS

Com 118 mortes, Maré encabeça o triste ranking das comunidades mais afetadas

O Complexo da Maré, na Zona Norte, é a favela carioca com o maior número de casos de Covid-19: 1.435. É o que mostra um levantamento feito pelo MEIA HORA, com base no Painel Unificador Covid-19 nas Favelas. A região responde por 24% dos casos nas áreas mais pobres da capital. Com o índice de letalidade de 8%, a Maré tem 118 mortes, 14% do total nas favelas. O painel soma 5.848 casos e 812 mortes.

"Não houve planejamento prévio ou durante a pandemia. A situação continua sem resposta. Em nenhum momento tivemos políticas públicas que atendessem essa população. Esse impacto já era de conhecimento de todos. É um descaso histórico", desabafa Theresa Williamson, diretora da Comunidades Catalisadoras (ComCat), responsável pelo painel em parceria com a Esri, empresa americana de dados geográficos.

Apesar do alto número de casos na Maré, Theresa acredita que há chances de a comunidade não ser a mais afetada, já que, segundo ela, por lá, o acompanhamento vem sendo feito praticamente desde o início da pandemia. Ou seja, os índices são altos, porém, não pelos números em si, mas por conta do monitoramento detalhado das instituições e lideranças. No entanto, ela destaca que "esse controle independente também aponta para a falta de comprometimento por parte da autoridades." 

Favelas mais afetadas

Segundo os dados, 9,7% das mortes ocorridas no estado do Rio ocorreram em favelas. Além do Complexo da Maré, completam a lista das dez mais atingidas: Rocinha (308 casos, 62 mortes), Cidade de Deus (266 casos, 53 mortes), Complexo de Manguinhos (216 casos, 49 mortes), Complexo do Jacaré (354 casos, 48 mortes), Complexo do Alemão (370 casos, 37 mortes), Complexo da Penha (393 casos, 34 mortes), Parada de Lucas (173 casos, 34 mortes), Vila Kennedy (200 casos, 35 mortes) e Costa Barros (171 casos, 35 mortes).