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Mal abriram, vão fechar

Pacientes de hospitais de campanha começam a ser transferidos

Profissionais do Hospital de Campanha do Maracanã protestam
Profissionais do Hospital de Campanha do Maracanã protestam -

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) começou ontem a transferir pacientes dos hospitais de campanha do Maracanã e de São Gonçalo para outras unidades por causa do fim do contrato com o Organização Social Iabas, que construiu e administra esses hospitais.

Segundo a secretaria, os 26 pacientes do Maracanã (16 de UTI e dez de enfermagem) serão encaminhados para os hospitais Pedro Ernesto, Ronaldo Gazolla e Instituto de Infectologia Evandro Chagas. Os oito pacientes de São Gonçalo (seis de UTI e de um de enfermaria) serão levados para o Instituto Estadual do Tórax Ary Parreira e Hospital Luiz Palmier.

Segundo Chrystina Barros, pesquisadora em Saúde da UFRJ, é necessário ter atenção para uma possível segunda onda da doença. "Havendo leitos em hospitais disponíveis, não há sentido de se manter a despesa da manutenção de um hospital de campanha. Mas pode se deixar apenas essa estrutura montada ainda por um tempo para que a gente tenha segurança", diz. Ela afirma não haver problemas em transferir pacientes, contando que tenham condições clínicas.

Segundo o Iabas, a Secretaria Estadual de Saúde não comunicou previamente a decisão de transferir pacientes dos hospitais de campanha e reclamou de falta de clareza por parte do governo.

Ontem, funcionários protestaram em frente ao Hospital do Maracanã. Entre as principais reivindicações, estava o pagamento de salários atrasados. "Nós estamos aqui por conta dos nossos dois meses de salário atrasado. Fora as questões de insalubridade do hospital e as passagens de transporte que não pagam pra gente", disse o enfermeiro João Carlos Leite, 35 anos, sobre o ato.