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Tomógrafo da discórdia

Ministério Público cobra explicações da Prefeitura do Rio no Supremo

Instalação de tomógrafo, creditada como urgente, custou R$ 500 mil
Instalação de tomógrafo, creditada como urgente, custou R$ 500 mil -

A gestão do prefeito Marcelo Crivella está sendo questionada pelo Ministério Público do Rio (MPRJ), no Supremo Tribunal Federal, sobre a instalação de um tomógrafo numa unidade da Igreja Universal, na comunidade da Rocinha, na Zona Sul. O recurso apresentado determina que Crivella "deixe de fazer uso da administração pública municipal para favorecer seu grupo religioso".

A obra de instalação do tomógrafo custou R$ 500 mil aos cofres da prefeitura, que declarou urgência, mas ainda não entregou os 24 leitos de enfermaria prometidos para o local. "Tem uns três meses que essa estrutura está aí, mas não entra uma ambulância, não entra um doente", disse uma moradora, que preferiu não se identificar.

Para o presidente da Associação de Moradores da Rocinha, Wallace Pereira, a maior questão que o tomógrafo trouxe foi o desemprego: "Temos 12 ambulantes que se sustentavam das barraquinhas derrubadas. A prefeitura prometeu que ia realocar, e nada".

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde afirmou que "o tomógrafo funciona desde 22 de junho, e já realizou 314 exames" e "que o paciente só pode realizar exames após alguma unidade de Saúde solicitar o exame por meio de pedido médico". Quanto à abertura dos leitos, a pasta não se pronunciou. Sobre os ambulantes, afirmou que "não foram realocados, já que a via não foi aberta".