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Pró-democracia ofende Bolsonaro

Segundo presidente, "estão" começando a colocar as mangas de fora

A rampa do Palácio do Planalto foi manchada de tinta vermelha, jogada em sinal de protesto
A rampa do Palácio do Planalto foi manchada de tinta vermelha, jogada em sinal de protesto -

Em mais um rompante para sua claque matinal na porta do Palácio da Alvorara e ignorando as mais de 37 mil mortes por coronavírus no país, o presidente Jair Bolsonaro disse aseus apoiadores que o "grande problema no momento" são os manifestantes contrários ao seu governo, que realizaram protestos no último domingo em diversas capitais, como Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília,Belo Horizonte, Goiânia, Belém e Porto Alegre. 

Cabe ressaltar que há semanas, aos domingos há carreatas, caminhadas e manifestações a favor do governo Bolsonaro, onde ele mesmo participa, contrariando as recomendações sanitárias. Nesses atos pró-Bolsonaro são vistas faixas pedindo o fechamento do Congresso, do Supremo Tribunal Federal, a volta da ditadura militar e o retorno do AI-5.

"O grande problema no momento é esse que vocês viram um pouco na rua ontem (domingo). Estão começando a colocar as mangas de fora.É muito interesse que tem no Brasil, de dentro e de fora.Pode ter certeza, eu não vou desistir", afirmou o presidente.

"O Bolsonaro é contra tudo que lembra democracia. Deve estar feliz com os serviços de'ressuscitamentos' que o Ministério da Saúde vai fazer nas estatísticas da covid-19", afirmou Paulo Baía, sociólogo e professor da UFRJ.

Em mais uma fake news governamental, Bolsonaro distorceu uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF)e culpou governadores pelo desemprego e mortes por covid-19. "Essa questão de emprego e morte: governadores.O Supremo deu todo o poder para eles gerir esse problema.Eu apenas injeto bilhões nas mãos deles e alguns ainda desviam", disse.

Depois de quase três meses desde a primeira morte de coronavírus no Brasil, o presidente destinou R$ 60 bilhões a estados e municípios. Já em relação ao STF, a decisão da Corte apenas deu autonomia para que estados e municípios tomem decisões no âmbitos das medidas de isolamento social. Isso não significa que a responsabilidade pelas mortes e desemprego é desses entes.

Lembrando que o sistema de saúde brasileiro é tripartite. Ou seja, tem a participação de União, estados e municípios, sendo o governo federal detentor da maior parte dos recursos repassados aos outros dois.

 

Rampa do Palácio do Planalto 'vermelhou'

Na rampa do Palácio do Planalto "vermelhou". Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, a ação foi cometida por um homem que usava uma camisa branca e que fugiu em seguida.De acordo com o relato de um apoiador do presidente Jair Bolsonaro, que afirma ter presenciado o ato, o manifestante saiu correndo depois que jogou atinta. Ele estava caminhando e, depois do feito, foi em direção a uma moto que o aguardava. Segundo a testemunha, uma pessoa já o aguardava no veículo e os dois saíram em disparada. O ataque ao local é considerado vandalismo. Após o ato, uma equipe de limpeza do Palácio do Planalto foi deslocada até o local para tentar retirar a tinta vermelha do chão. 

Prazo prorrogado

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por mais 30 dias do inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir na autonomia da Polícia Federal. Relator do caso, o ministro atendeu a um pedido feito pela própria Polícia Federal. A proposta recebeu aval do procurador-geral da República, Augusto Aras. Entre as medidas "pendentes", a PF quer ouvir o presidente Jair Bolsonaro no inquérito. Esse depoimento só deve acontecer após outras medidas previstas na investigação. Os investigadores pediram mais prazo porque querem aprofundar as investigações na superintendência da PF no Rio, diante de suspeitas de ingerência de Bolsonaro nas direções regionais da corporação. Os agentes querem analisar inquéritos que envolvem a família do presidente. Há um pedido pendente da PF, por exemplo, na Zona Eleitoral do Rio. Os policiais pediram informações sobre o inquérito instaurado para apurar eventuais crimes eleitorais praticados por familiares de Bolsonaro.

Wizard nem entrou e já se demitiu

Após protagonizar uma polêmica ao propor uma recontagem dos mortos pela pandemia do coronavírus no Brasil, o empresário Carlos Wizard informou que não irá mais aceitar cargo no Ministério da Saúde na função de “conselheiro” do atual ministro interino, Eduardo Pazuello. Wizard já vinha participando de reuniões sobre a condução da crise da covid-19 no país. Além da polêmica recontagem, Bolsonaro confirmou a mudança na divulgação dos dados da pandemia no país, fato que gerou muita repercussão negativa. Em nota, Wizard agradeceu a Pazuello e recusou.

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