Mais Lidas

Dez mil camelôs podem trabalhar

Crivella autoriza, mas especialistas ligam o alerta

O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), autorizou o trabalho dos mais de 10 mil camelôs cadastrados no município. A liberação do comércio ambulante não estava prevista na primeira fase do plano de reabertura da cidade, mas foi incluída em edição extraordinária do Diário Oficial de terça-feira. Os ambulantes devem seguir as chamadas "Regras de Ouro" da prefeitura, que consistem na higienização das mãos, uso da máscara de proteção e o distanciamento de dois metros entre as pessoas. Mesmo com os cuidados a determinação não foi bem vista por especialistas.

A fiscalização dos ambulantes ocorre em operações integradas da Secretaria Municipal de Ordem Pública (SEOP), Guarda Municipal, Vigilância Sanitária, entre outros órgãos. Caso apresentem irregularidades ou estejam em desacordo com os decretos, os informais podem ser notificados e ter as mercadorias apreendidas.

Em entrevista no Riocentro, o prefeito negou ontem que exista uma liberação em massa do comércio ambulante da cidade. "Outro dia, um rapaz disse que prefere morrer de Covid-19 do que ver a família morrer de fome. Ok, mas dentro da regra de ouro, temos que vigiar. Se tem bagunça, vamos fechar", afirmou Crivella.

Para Chrystina Barros, pesquisadora em Saúde do CESS/UFRJ, o contato é muito grande e existe uma grande dificuldade em se manter qualquer medida de limpeza adequada. "Quando falamos no comércio de rua, falamos até de um ambiente que é ventilado, mas as pessoas aglomeradas, aumentam, e muito, o risco de disseminação do vírus. E são pessoas passando a todo momento, manuseando produtos, dinheiro circulando".