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UFRJ: pico será agora

'Covidímetro' da Coppe prevê ápice de contágio no fim de semana

Estudo indica que estado do Rio pode ter 55 mil casos e 13 mil mortos
Estudo indica que estado do Rio pode ter 55 mil casos e 13 mil mortos -

Nota técnica da Coppe/UFRJ aponta que o pico da Covid-19 deve ocorrer a partir do fim desta semana, com previsão de 55 mil casos confirmados e 13 mil mortes no estado do Rio, no total da pandemia. Cientistas recomendam o lockdown para conter a doença e alertam para os riscos de relaxamento do isolamento.

De acordo com a pesquisa, os esforços iniciais da quarentena ajudaram a reduzir o nível de transmissão, mas o estado ainda aparenta se encontrar em uma "situação extremamente preocupante".

O medidor 'Covidímetro', estima que o lockdown é necessário quando o índice de reprodutibilidade supera o grau 2. No estado e na capital, a taxa é de 2,25 e 2,15. Ou seja, uma pessoa contaminada passa o coronavírus para outras duas.

Os índices usados foram calculados com base nos casos notificados até 9 de maio e confirmados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). As simulações foram feitas com as ocorrências na semana de 10 de maio a 16 de maio.

O estudo prevê o pico da doença ainda no início deste mês, há uma estimativa de aproximadamente 50 mil casos confirmados e 9 mil óbitos na capital fluminense.

Segundo a prefeitura, o Rio somou ontem 30.014 casos, sendo 1.533 confirmados nas últimas 24 horas. São 2.135 mortes ou enterros confirmados e 2.502 suspeitos. São 24.791 pacientes recuperados. A SES registrou até ontem 54.530 casos confirmados e 5.462 mortes. Há ainda 1.288 óbitos em investigação e 264 foram descartados.

'Ainda não é hora de afrouxar o isolamento'

Pesquisadora em saúde do CESS/UFRJ, Chrystina Barros explica que medidas de afrouxamento do isolamento social irão significar um aumento no número de casos. "Nós ainda estamos numa curva ascendente. Inclusive, os dados do Ministério da Saúde mostram que o Rio de Janeiro tem a maior taxa de mortalidade por cada 100 mil habitantes da Região Sudeste".

Chrystina ainda esclarece que "só haverá segurança para promover o relaxamento, numa epidemia, quando o indicador estiver abaixo de um, ou seja, uma pessoa transmite, no máximo, para outra pessoa. E nesse momento, os dados do 'Covidímetro' apontam que não temos condição segura para qualquer afrouxamento".

A presidente da Sociedade de Infectologia do Estado do Rio de Janeiro, Tânia Vergara, pondera que o momento mais seguro para a reabertura será "quando a curva parar de crescer e tivermos vagas nos CTIs. Por enquanto, que eu saiba, ainda não temos essas vagas".

*Estagiária sob supervisão de Waleska Borges