Mais Lidas

Medica é agredida no Grajaú

xx

Ticyana mostra imagens das agressões que sofreu. No detalhe, ele é carregada por um dos agressores
Ticyana mostra imagens das agressões que sofreu. No detalhe, ele é carregada por um dos agressores -
Na linha de frente do combate ao novo coronavírus no Hospital de Campanha da Lagoa, a médica anestesista Ticyana Azambuja, de 35 anos, não imaginava que em plena pandemia iria ser obrigada a parar de trabalhar. Com a mão e perna direitas enfaixadas há dois dias, a profissional diz que foi agredida violentamente por cinco homens quando foi reclamar do barulho de uma festa próxima de sua casa, na Rua Marechal Jofre, no Grajaú, na Zona Norte, no último sábado. Ontem, ela esteve na 20ª DP (Vila Isabel) para prestar queixa por agressão.
<pstyle:MATERIA:ct\_TEXTO>"Eles me enfocaram a ponto de eu desmaiar, me chutaram, deram vários tapas na minha cara, pisotearam minhas duas mãos e quebraram meu joelho", contou a médica. Segundo Ticyana, ao ir à festa reclamar do barulho, ela foi ignorada pelos frequentadores e virou motivo de chacota. Em um gesto intempestivo, ela quebrou o retrovisor e riscou o para-brisa de carro que estava estacionado na calçada.
<pstyle:MATERIA:ct\_TEXTO>"Saí correndo, mas eles vieram atrás e me agarraram em frente aoHospital Italiano.Fui arrastadapara o portão da festa, com eles me agredindo. Teveum momento em que um deles disse 'pega o carro, que vamos dar sumiço no corpo dela'", revelou a médica.
<pstyle:MATERIA:ct\_TEXTO>A anestesista afirmou ainda que várias ligações para a polícia e reclamações de vizinhos sobre a aglomeração no local não surtiram efeito. "A festa já acontecia antes da epidemia, mas só à noite. Agora é durante o dia. Eles param os carros na calçada, de forma irregular, fazem xixi no meio da rua, deixam garrafa de cerveja espalhada", reclamou.

Vítima diz que foi chantageada por 'policial'

A médica anestesista Ticyana Azambuja contou que as agressões que ela sofreu só pararam quando uma frequentadora da festa e dois vizinhos resolveram intervir. "O dono do carro que quebrei o retrovisor disse ser policial. Pegou a carteira de identificação e esfregou no meu rosto", disse. "Ele ainda me chantageou, pedindo R$ 6 mil, para não me denunciar", acrescentou.

Ticyana revelou que se negou a pagar qualquer valor ao dono do veículo. Segundo ela, os policiais militares do 6º BPM (Tijuca), que foram acionados para a ocorrência, se limitaram a sugerir levá-la para uma unidade de saúde próxima. Ticyana foi encaminhada para o Hospital Rios D'Or, na Freguesia.

Polícia faz diligências

Ticyana depôs ontem na 20ª DP (Vila Isabel) e fez um exame de corpo de delito no IML. A Polícia Civil já tem as imagens do caso. Já a Polícia Militar afirmou que atendeu duas chamadasem relação à festa, e, sobre o suposto envolvimento de um PM nas agressões, encaminhou a denúncia à Corregedoria. O Corpo de Bombeiros abriu procedimento para apurar a atuação do batalhão do Grajaú, que fica ao lado da residência onde acontecia a festa, já que moradores afirmaram ter acionado a corporação durante a confusão.

Apoio nas redes sociais

A médica expôs o caso nas redes sociais, causando grande comoção. "Pisotearam minha garganta, mas não calaram minha voz", disse. Ontem, ela relatou que o apoio recebido a fez se sentir amparada. "Eu estava péssima, tinha perdido a fé na humanidade. Fiquei me questionando se valia a pena fazer o bem. Mas botei para fora o que estava sentindo e me senti amparada, com essa ajuda tão bonita, me sinto mais forte. A minha segurança está na minha exposição", ressaltou.