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Comparação com Alemanha

Celso de Melo diz que bolsonaristas querem ditadura no país e cita o nazista, que também foi eleito. E diz que é preciso resistir à destruição da ordem democrática

Grupo marcha com tochas em frente ao STF. Sara Winter, uma das investigadas no inquérito das fake news, puxou o protesto contra o ministro Alexandre de Moraes
Grupo marcha com tochas em frente ao STF. Sara Winter, uma das investigadas no inquérito das fake news, puxou o protesto contra o ministro Alexandre de Moraes -

O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Melo, comparou o Brasil à Alemanha de Hitler e, em mensagem reservada enviada a interlocutores no WhatsApp, disse que bolsonaristas "odeiam a democracia" e pretendem instaurar uma "desprezível e abjeta ditadura".

Na mensagem, ele alerta os perigos que a democracia corre no Brasil. "Guardadas as devidas proporções, o 'ovo da serpente', à semelhança do que ocorreu na República de Weimar (1919-1933), parece estar prestes a eclodir no Brasil." O ministro escreve que "é preciso resistir à destruição da ordem democrática" e lembra que Hitler, depois de eleito pelo voto popular, mudou as leis do país para governar sem interferência do Congresso.

O ministro conclui afirmando que "'intervenção militar', como pretendida por bolsonaristas e outras lideranças autocráticas que desprezam a liberdade e odeiam a democracia, nada mais significa senão a instauração de uma desprezível e abjeta ditadura militar".

'Tão loucos mas, ainda bem, tão poucos', diz Moro

Para o ex-juiz e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro não há motivos para temer as manifestações de ativistas bolsonaristas. ''Tão loucos mas, ainda bem, tão poucos. O único inverno chegando é o das quatro estações", avaliou o ex-juiz em seu perfil no Twitter na manhã de ontem.
O comentário é uma clara alusão aos bolsonaristas que reiteram em manifestações que o país está próximo "de um inverno" ao fazerem ameaças a autoridades e instituições do país.
Os ativistas bolsonaristas são alvo de inquérito comandado pelo STF sob suspeita de organização criminosa para divulgar fake news envolvendo informações com conteúdo de injúria e difamação contra instituições, autoridades e opositores ao bolsonarismo.
Uma das lideranças dessa organização sob suspeição e investigada pela Polícia Federal é Sara Winter, uma jovem de 27 anos que chamou um ministro do Supremo Tribunal Federal de 'arrombado'.

O ministro do STF, Alexandre de Moraes, disse que a ativista bolsonarista comenteu cinco crimes com suas declarações públicas. Em contrapartida, a militante pediu para ser presa ao ameaçar o ministro. O irmão de Sara Winter criticou o comportamento da irmã. "Deveriam ter levado você, irmã querida", afirmou.