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Pezão na mira da Justiça

Operação investiga fraude nos contratos de iluminação nas obras do Arco Metropolitano

O ex-governador Luiz Fernando Pezão e o ex-deputado estadual Tio Carlos
O ex-governador Luiz Fernando Pezão e o ex-deputado estadual Tio Carlos -

O ex-governador do Rio Luiz Fernando Pezão (MDB) e o ex-deputado estadual Tio Carlos (Solidariedade) foram alvos de uma ação realizada, ontem, pela Polícia Civil do Rio, que cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão contra políticos e empresários acusados de fraude na contratação da empresa que instalou a iluminação do Arco Metropolitano, que liga os municípios de Itaguaí e Itaboraí. Todos foram investigados no âmbito da Lava Jato, em 2018.

Pezão cumpre prisão domiciliar desde dezembro do ano passado. A polícia informou que ele prestou depoimento em casa, no município de Piraí, no interior do estado.

A investigação busca esclarecer as relações do ex-governador com os empresários investigados. A defesa de Pezão disse ser "um absurdo expor um senhor sexagenário a isso neste momento de pandemia".

A investigação identificou movimentações de R$ 925 mil nas empresas, volume incompatível com seu tamanho.

A ação foi em desdobramento a Operação La Casa de Papel, que, em novembro do ano passado, desbaratou grupo que fraudava licitações para compra de resmas de papel para governo do estado e de municípios, esquema do qual o grupo de investigados na ação de ontem é suspeito de participar.

Em nota o ex-deputado Tio Carlos negou participação em qualquer fraude.

Pediu proteção a São Jorge, mas acabou preso

Na Operação Cerco, a Justiça do Rio emitiu quatro mandados de prisão e 26 de busca e apreensão. Todos os mandados de prisão foram direcionados para empresários acusados de fraudes com o dinheiro público. São eles: os irmãos Luís Fernando Craveiro de Amorim e César Augusto Craveiro de Amorim; Alexandre Rezende Barbosa e o advogado Sérgio Benincá. Luís Fernando Craveiro e Alexandre Rezende Barbosa foram localizados e presos.

Na casa de Craveiro, na Barra da Tijuca, a polícia encontrou um papel que continha nomes de procuradores da Lava Jata. A folha foi deixada por ele sob a imagem de São Jorge, como uma forma de proteção. A polícia também apreendeu quatro carros no imóvel de Craveiro.

A Justiça determinou bloqueio nas contas bancárias dos investigados e suas empresas, no valor total de R$ 241 milhões.

Os irmãos Craveiro já tinham sido presos na Operação Boca de Lobo, de novembro de 2018, quando Pezão também foi preso, mas respondiam em liberdade.

O Dia tentou contato com a defesa dos acusados, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.